"Cintada" nas costas, tampão... 6 coisas que ninguém conta sobre o parto

Conversamos com uma doula, uma obstetriz e um ginecologista para saber o que eles percebem que a maioria das pessoas não sabe sobre o parto. E isso inclui as próprias gestantes, que só tomam conhecimento de algumas situações quando passam por elas ou quando são avisadas por um profissional.

A seguir, veja seis coisas sobre a hora do nascimento de um bebê que, provavelmente, ninguém te contou:

Dores lancinantes também pegam as costas e o baixo ventre

No geral, temos a ideia de que dores do parto são como cólicas, só que pioradas. Muitas grávidas, porém, relatam que, no momento das contrações, sentem dor forte nas costas e na pelve, também conhecida como bacia.

"É como se fosse uma cintada", dizThais Barrall, fundadora da Associação das Doulas do Estado de São Paulo. Segundo a obstetriz Ana Cristina Duarte, coordenadora do Coletivo Nascer, ONG que trabalha para diminuir o número de cesarianas, a dor é comum quando o bebê está de costas para as costas da mãe. "A criança nessa posição causa uma pressão e um estímulo dos nervos da região."

Na região da bacia, as articulações da pelve se mexem para abrir espaço para a cabeça do bebê passar. "Isso é mais comum no período chamado expulsivo, ou seja, quando o bebê está sendo 'expulso' do útero", afirma o ginecologista Olímpio Barbosa de Moraes Filho, presidente da comissão nacional de assistência pré-natal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

Você pode ter um volume diferente na lombar

Uma protuberância, como se fosse um inchaço, aparece na parte de trás das costas, na região lombar. Sabe onde ficam as "covinhas"? Então, é ali. É o chamado Losango de Michaelis. Todo mundo tem, mas só algumas grávidas apresentam o inchaço.

"O osso sacro, que fica no fim da coluna vertebral, se movimenta para abrir espaço para o bebê", afirma a doula Thais Barral. "E, por isso, essa região incha." Já ouviu alguma grávida dizendo que, perto do parto, sentiu seus ossos das costas se abrindo? É por isso. Depois do nascimento, a região desincha.

Linha púrpura: o aviso de que o trabalho de parto está chegando

A linha púrpura é um traço que aparece entre as nádegas, e vai até o cóccix, em um sinal de que a dilatação já está suficiente para que o bebê nasça.

As doulas costumam ficar de olho nessa linha para verificar o quão dilatado está o colo do útero e se o trabalho de parto está próximo. No momento em que a mulher está dando à luz, a linha começa a sumir.

Fazer mais sexo ajuda a estimular as contrações uterinas

Essa é uma orientação de médicos e profissionais do parto. Pode não ser a relação sexual mais fácil que você vai ter, afinal, a barriga já está pesando bastante. Mas tanto o sêmen quanto o orgasmo dão à mulher substâncias que estimulam contrações uterinas.

No sêmen é encontrada a prostaglandina, um estimulador do parto. E o orgasmo libera ocitocina, hormônio que leva às contrações do útero, segundo o médico Olímpio Barbosa de Moraes Filho, da Febrasgo.

A bolsa pode romper muito tempo antes do trabalho de parto -- muito mesmo

Segundo a obstetriz Ana Cristina Duarte, há situações em que a bolsa se rompe precocemente, antes das 30 semanas, e a mulher precisa ficar em observação para acompanhar o desenvolvimento seguro do bebê.

Ela explica ainda que muitas mulheres acreditam que a bolsa é responsável por alimentar o bebê, mas não é essa sua função. "Serve para proteção contra choques", afirma.

"Na maioria dos casos, o trabalho de parto começa com contrações e, no final, há o rompimento da bolsa. Com cerca de 20%, acontece o contrário", diz Ana Cristina.

Tampão descendo, nascimento iminente

Tampão é o nome dado à substância que fecha o colo do útero contra a entrada de microorganismos que possam causar alguma infecção. Cerca de uma semana antes do parto, segundo Ana Cristina Duarte, o tampão começa a descer. Mucoso, lembra um corrimento, mas mais espesso.

Como explica a doula Thais Barrall, pode acontecer de a substância sair antes da iminência do parto. "Mas, nesse caso, o próprio corpo identifica que ainda não chegou a hora e refaz essa proteção."