Executiva da Louis Vuitton é instruída a tolerar assédio por ser "cultural"
Andowah Newton, vice-presidente de assuntos jurídicos da Louis Vuitton, apresentou uma queixa oficial detalhando o assédio sexual que sofreu de um funcionário sênior da grife durante anos.
De acordo com o site "Hello Giggles", quando ela tentou contar à empresa sobre a violência, o gerente teria lhe dito para tolerar a situação por ser algo da "cultura francesa".
"Ele me disse que o assédio é apenas um subproduto de ser uma mulher atraente que trabalha em uma empresa com uma cultura francesa e, portanto, deve ser simplesmente tolerado."
A vice-presidente teria tentado ainda confrontar o assédio por e-mail, mas foi orientada com o discurso de que deveria "pedir desculpas ao assediador e promovê-lo a um novo cargo" para abafar o caso.
No processo movido por ela, é constatado que o assediador tentou beijá-la a força e empurrou sua pélvis e genitália contra o seu rosto. Quanto à queixa de beijar, um executivo sênior da LVMH tentou explicar para ela que é "o que executivos fazem em uma empresa francesa". O ocorrido teria acontecido em Nova York, nos Estados Unidos, entre 2015 e 2018.
Frustrada com a resposta de seus colegas perante a acusação de assédio, Newton apresentou uma queixa formal na área de recursos humanos da empresa. Com "tantas situações de assédio no local de trabalho", a empresa liderou uma investigação interna e de terceiros e não encontrou provas de irregularidades.
Além disso, a Louis Vuitton referiu-se ao assediador de Andowah em seus documentos de investigação como "um membro da equipe de instalações da empresa", embora ela o identificasse como "um funcionário de gerenciamento de nível sênior".
Na última terça-feira (23), a jovem entrou com uma ação contra a grife francesa, afirmando que a investigação foi uma "farsa" e se sentiu difamada após ter suas acusações descreditadas.
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