Mães influencers: elas transformaram a maternidade em fonte de renda
Mães de primeira viagem, mães após os 30, mães de menino, mães de menina, passeios com crianças... Uma infinidade de variações da maternidade tomou as redes sociais nos últimos anos com a ascensão das mães influencers.
Elas vão a eventos, ganham brindes, ingressos, patrocínio, participam de campanhas publicitárias, ajudam outras mães com suas próprias experiências, conseguem tirar uma renda disso e dividem a rotina --muitas vezes solitária-- da maternidade com outras mulheres.
Universa conversou com algumas dessas mães sobre as motivações, desenvolvimento das páginas e como conciliam a atividade com a rotina e empregos. Confira:
Blog de passeios com crianças virou negócio
A dificuldade de encontrar informações sobre atividades para os filhos em São Paulo fez com as jornalistas Priscilla Negrão, 40, e Daniela Rocha, 43, criassem o blog São Paulo Para Crianças, há três anos. "Fiz da minha dificuldade em sair de casa com os filhos uma oportunidade de negócio", conta Priscilla.
Elas começaram dividindo as próprias experiências, mas o projeto ganhou uma proporção muito maior. Hoje, só no Instagram são mais de 128 mil seguidores fora as contas em outras redes sociais, site e aplicativo. "Não imaginávamos que tinha tanta gente vivendo o mesmo dilema meu e da Priscilla, que era 'onde ir com meus filhos em São Paulo'", conta Daniela.
Atualmente, o blog se tornou a única fonte de renda das duas, que fecham parcerias com organizadoras de eventos, parques da cidade, exposições e outras atividades que sejam atrativas para os pequenos. "Os nossos filhos são nosso maior combustível, eles nos inspiram e vivem com a gente muitas das experiências que relatamos na nossa plataforma", explica Daniela.
Elas se conheceram na escola dos filhos e criaram um blog
Os filhos da jornalista Ana Cláudia Alonso Cukier, 42, e da psicóloga Giuliana Pierri, 43, estudavam na mesma sala, há cinco anos, quando elas resolveram se unir e criar o blog Moms2Moms. O perfil no Instagram conta com quase 80 mil seguidores. A primeira, mãe de menino, hoje mora em Santos, litoral paulista, e a segunda, mãe de menina, mora na capital. A motivação era justamente mostrar o contraste entre as duas formas de ser mãe.
Com o tempo, as duas começaram a frequentar eventos, realizar entrevistas com especialistas, relatar as próprias experiências, até que começaram a chamar a atenção de marcas. Além dos convites, o blog também já ajuda a compor a renda das duas. "Virou um negócio, temos uma receita que é boa para as duas, além de muitas parcerias com empresas, hotéis, marcas e prestação de serviço", explica Ana Cláudia.
"Tem uns três anos que eu não pago nada relacionado a diversão e passeio aqui em São Paulo. No final das contas, isso também é um retorno financeiro, porque as coisas são muito caras", comenta Giuliana.
Gravidez após os 30 e resguardo tornaram página popular
Engravidar, dar à luz e amar o primeiro filho foram processos custosos para a advogada Fabiana Furlan, 39, criadora da conta Mãe Depois dos 30, no Instagram, que contabiliza 37,9 mil seguidores.
O primeiro médico queria que ela acelerasse a gravidez, por potenciais riscos de carregar uma gestação após os 30. O terrorismo foi abrandado pelo segundo especialista que ela visitou. Aos 34, Fabiana engravidou do primeiro filho. "Uma das primeiras motivações de criar a página era desmistificar que maternidade depois dos 30 só é possível com tratamento".
A solidão do período pós-parto e a aproximação com outras mães que passavam pelo mesmo a motivaram a fazer a conta crescer. "Não sabia o que era puerpério (período de resguardo pós-gravidez) e não entendia por que eu não amava meu filho. O amor foi uma construção. Eu pensava que devia ter algo muito estranho comigo e depois descobri que isso pode acontecer com as mães", explica.
Fabiana já foi convidada para campanhas publicitárias de grandes marcas, eventos e parcerias. No entanto, de acordo com ela, o objetivo é ajudar e fortalecer outras mães. "Você pode amar seu filho e não amar a maternidade. Eu queria ser esse apoio para outros mulheres".
Álbum de fotos da filha se transformou em negócio
Giuliana Mansanares, 48, criou a conta Eu e Alice no Instagram com o intuito de ser um álbum de fotos da pequena Alice, mas o projeto tomou proporções maiores do que ela imaginava: hoje, mais de 50 mil seguidores acompanham seus posts. "Eu fui mãe aos 41. Muita gente começou a perguntar como foi minha gravidez, se foi fertilização, e eu vi que gostava de ajudar, responder e dar dicas".
Com isso, ela passou a fazer posts no blog Eu e a Alice e alimentar a conta na rede social com mensagens e imagens sobre a rotina da maternidade e o crescimento da criança.
Giuliana já tentou parar de trabalhar fora para se dedicar apenas ao blog, mas não conseguiu ficar em casa. Hoje, trabalha como secretária-executiva, leciona inglês e cuida da conta virtual. "Teve uma época que eu precisava investir, mas agora faço parcerias. Não sou de fazer muita publicidade, porque não confio em tudo que me oferecem".
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