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Paola Antonini sobre prótese: "Além de ser minha perna, virou um acessório"

Manuela Scarpa/Brazil News
Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Carolina Martins

Colaboração para Universa

16/05/2019 13h26

Paola Antonini é a prova de que a autoestima é a melhor ferramenta para superar um trauma. Após ser atropelada por um carro, quando tinha 20 anos, a modelo teve a perna esmagada e posteriormente amputada. A perda, que inicialmente foi um choque, posteriormente se transformou em ensinamento, como contou à Universa nesta quinta-feira (16), durante o desfile da nova coleção da Riachuelo, em parceria com A. Niemeyer, em São Paulo.

"Eu dei muita sorte. A maioria das pessoas mandam mensagens legais. Eu fico muito emocionada, mas claro que tem gente que fala: 'não é possível', 'não é assim', 'você não mostra parte difícil'. Eu sou eu na internet, mostro o que acredito. O estético se torna pequeno. Às vezes fico sem prótese, tenho uma cicatriz grande na perna, estrias. Não ligo mais. Quando era mais jovem isso me preocupava, mas agora mudou. Depois do acidente minha percepção mudou completamente. Se você está bem resolvida e feliz, as pessoas te acham mais linda do que o estético padrão", afirmou ela, hoje com 25 anos.

A modelo diz que hoje vê a prótese como um acessório para seu visual e sempre brinca com esse visual.

"Em todos os momentos minha prótese é um acessório. Além de ser uma perna, ela faz parte do meu look. Eu mudo ela para depois pensar no restante das roupas e acessórios. Ela é a peça principal. Quando mudo, já estou pensando na próxima cor", ri.

Depois que terminou o relacionamento que vivia na época em que sofreu o acidente, Paola relembra ter questionado a si mesma como seria retomar o contato íntimo com outros homens.

"Quando eu sofri um acidente, eu namorava, mas depois terminei. Fiquei solteira, amputada. Pensei: 'como vai ser?'. E nada mudou. Se alguém deixar de se interessar por mim por causa da amputação, graças a Deus já avisou, porque eu não quero assim. O conteudo é muito mais importante. Muita gente fica em dúvida como vai ser o processo na intimidade, mas é supernatural. Basta tratar com tranquilidade. Você precisa se aceitar antes e depois relacionar com alguém. Aí as coisas não precisam ter peso. Tem que sentir bem com o próprio corpo, porque é isso que as pessoas admiram: a autoconfiança", conclui.