Topo

Ativistas britânicas pedem que pornô de vingança se torne crime sexual

Mais de 1.800 pessoas são vítimas de exposição de imagens íntimas no Reino Unido anualmente - Getty Images
Mais de 1.800 pessoas são vítimas de exposição de imagens íntimas no Reino Unido anualmente Imagem: Getty Images

Da Universa

19/05/2019 14h53

Ativistas pelos direitos das mulheres do Reino Unido estão em campanha para que o governo mude a legislação e trate casos de pornô de vingança como crime sexual. Se assim for, a vítima pode exigir que sua identidade seja mantida em anonimato.

Desde 2015, a lei britânica considera crime divulgar fotos ou vídeos íntimos sem consentimento, com pena de detenção de até dois anos. Mas, da maneira como existe hoje, não há garantia de proteção à vítima.

"A legislação não está funcionando", afirma Sophie Mortimer, diretora da Revenge Porn Helpline, grupo que oferece apoio e orientações a pessoas que têm imagens expostas.

A punição também não é suficiente -- tanto que o número de crimes praticados tem aumentado de maneira considerável. De 2015, quando a lei foi criada, para 2018, os casos investigados pela polícia britânica pularam de 852 para 1.853 ao ano.

Desses casos, um terço das pessoas desiste de dar continuidade ao processo, muitas vezes por medo e vergonha, já que seus nomes são expostos.

Para Sophie, os policiais que recebem as denúncias nas delegacias deveriam estar preparados para garantir o anonimato das vítimas, o que não é a realidade. "Isso significa que só metade do trabalho está sendo feito."

No Brasil, o compartilhamento de imagens íntimas é considerado crime contra a dignidade sexual, com pena de um a cinco anos de prisão.