Projeto defende premiação esportiva igual para homens e mulheres
Proposta que determina premiações iguais a homens e mulheres em competições esportivas que envolvam recursos públicos foi aprovada terminativamente, nesta terça-feira (21), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). O texto segue para a Câmara dos Deputados, caso não haja recurso para análise em Plenário.
De autoria da senadora Rose de Freitas (Pode-ES), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 397/2016 proíbe a distinção de valores dos prêmios pagos a atletas homens e mulheres, se pagos com dinheiro público ou quando for pago por entidades que se beneficiem desses recursos. O texto, segundo Rose, mudará a desigualdade de gênero que marcou a vida de muitas atletas do país.
"Isso que é efetivamente adotar práticas de igualdade, fora disso tudo é uma quimera", afirmou, após a aprovação do projeto.
A relatora, senadora Leila Barros (PSB-DF), afirmou que o maior desafio das mulheres no esporte é o sexismo. Em 30% das principais competições esportivas mundiais, as vencedoras de modalidades femininas recebem menos dinheiro que os atletas masculinos. Ela citou o exemplo do voleibol: Em 2016, enquanto a seleção masculina, que ficou em segundo lugar na Liga Mundial, recebeu US$ 500 mil em premiações, a seleção feminina, que levou medalha de ouro no Grand Prix, recebeu um prêmio de US$ 200 mil.
Segundo Leila, especialistas apontam a publicidade como o maior obstáculo para a igualdade de gênero no meio esportivo. Mesmo nas modalidades em que os bônus pelas conquistas são iguais, os montantes pagos pelos patrocinadores fazem a balança pender muito mais para os homens. Os contratos particulares com empresas em muitos casos representam a maior fatia da renda dos atletas.
O desinteresse das marcas, do público e das emissoras de TV, que priorizam a transmissão de partidas masculinas, geram aporte menor de recursos para atletas femininas.
"Senti na pele por mais de 20 anos como atleta, com a mesma performance e treinos que os homens e não tendo o mesmo reconhecimento. O projeto é uma justiça histórica", pontuou.
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