Agora pode sorrir: ela não tinha dentes definitivos; hoje é capa de revista
A história da estudante Caroline Rodriguez,19 anos, poderia estar em um livro de conto de fadas. Portadora de uma anomalia dentária chamada Agenesia Múltipla associada a Microdontia, ela não tinha dentes, o que a impedia de sorrir. De acordo com o American Journal of Orthodontics and Dentofacil Orthopedics, esse mal acomete uma a cada 500 mil pessoas.
A questão foi diagnosticada no dentista, quando ela era criança. Ali, foi constado que ela não possuía o germe dos dentes definitivos. Atualmente essa anomalia costuma acontecer até em 5 % da população mundial, mas apenas em relação a alguns dentes. Com Caroline foi diferente: ela ficou somente com sete em toda arcada dentária e mesmo assim em tamanho bem menor ao normal. "Eu comecei a entender que era diferente na adolescência e me isolei. Nem posso dizer que sofri bullying , porque nem deixava as pessoas perceberem esse problema. Não sorria de jeito nenhum", lembra.
Os problemas não eram somente estéticos, Caroline também tinha muita dificuldade para mastigação. "Era difícil, tinha que comer bem devagar, demorava muito tempo mastigando para poder engolir. Eu sentava para almoçar às 13h e, quando a minha mãe chegava do trabalho, às 18h, ainda estava comendo", recorda. Por conta dessa situação, não conseguia aumentar de peso e abriu mão de alguns momentos que considerava significativos para as meninas de sua idade, como a festa de 15 anos.
A família de Carol fez algumas tentativas para dar de presente o que ela mais queria -- o sorriso. Chegaram a participar de um projeto em um hospital público, porque o tratamento era muito caro. Só que não tiveram sucesso pela demora para chamada para o atendimento. A vida da estudante começou a mudar, quando uma tia a apresentou a um especialista em implantes dentários, que era seu amigo.
"Me comovi com a história ao ouvir que ela estava isolada por conta do problema", conta Avelino Veit, membro da Sociedade Alemã de Implantes Orais (DGOI). "Posso dizer com convicção que após anos de profissão foi um dos casos mais impactantes de reabilitação total do qual já cuidei. Estudamos o caso dela durante três meses. Ela tinha problemas para comer, falar e o formato do seu rosto estava comprometido. Optamos por fazer uma carga imediata e o resultado ficou satisfatório", disse o especialista.
Carol foi operada em outubro do ano passado. Depois da aplicação das próteses, fez drenagem linfática facial para tirar o inchaço. Os profissionais dizem que seu reestabelecimento foi muito rápido.
O modelo de sorriso
Depois de passar pelo tratamento, Carol recebeu um convite inusitado. Famoso por tratar de celebridades, Veit recebeu um convite da diretora da Expo Noivas & Festas, Monica Freitas, para participar do evento que se realizaria em maio, no Rio de Janeiro. Ela também pediu que ele recomendasse uma modelo especial para ser uma das estrelas dos desfiles de noivas e estampar a campanha publicitária. "Era a edição histórica de número 100 e queríamos que a modelo tivesse um sorriso marcante que traduzisse toda a ideia de superação, de garra e energia positiva", afirma Monica. Caroline era a pessoa perfeita.
Carol se transformou na sensação do evento, com direito a maquiagem, penteado, sessão de fotos e vestido de grife. "Nem nos meus maiores sonhos, pensei em ser modelo e participar de uma campanha usando um vestido de noiva. Como não tive festa de 15 anos, me senti em um dia de princesa. Chorei antes de desfilar, estava feliz e nervosa. Muitos pensavam que eu estava casando de verdade e tive que explicar que não para não prejudicar possíveis paqueras", brincou sorrindo.
Serviço
Uma opção para cuidar dos dentes sem gastar muito é tentar as universidades brasileiras que têm cursos de odontologia. Nelas, o atendimento é feito pelos alunos, mas sempre com acompanhamento de um professor. Existem desde de tratamento de implante dentário, canal, de gengiva, extrações e limpezas são alguns dos procedimentos que você consegue fazer sem pagar nada!
É válido lembrar que na maioria dos casos existem filas e é feita uma seleção para os procedimentos. As regras também mudam dependendo da instituição. Enquanto algumas universidades fazem atendimentos de casos encaminhados pelo SUS, outras aceitam todos os pacientes e abrem espaço na agenda. Em algumas unidades o tratamento não é gratuito, mas oferecido a preços simbólicos.
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