"Por que meu cabelo é ruim?": Universa Talks discute autoestima
Autoestima não é só beleza: também envolve ter confiança em si mesma. Claro, quem não se enquadra em padrões precisa desconstruir as enormes barreiras de padrões estéticos impostos desde a adolescência para subir alguns degraus na escada do amor (e respeito!) próprio.
Foi essa uma das questões destrinchadas por quatro mulheres na mesa de Autoestima da primeira edição de Universa Talks, nesta segunda (27). São elas: a arquiteta e ativista Stephanie Ribeiro, a repórter de beleza Juliana Romano, a psicóloga, ativista e coordenadora do Instituto Avon, Mafoane Odara e Brenda Fucuta, jornalista e especialista em comportamento de jovens e mulheres e autora do blog "Nós", em Universa. A mesa de Autoestima foi mediada por Marina Bessa, chefe de reportagem de Universa.
"Meu cabelo crespo na adolescência foi uma questão. De onde vem o cabelo ruim? Veio de cabelo ruim de pentear. Tudo que eu quiser fazer com meu cabelo, ele topa. Para cima, para baixo. Por que ele é ruim?", questiona Mafoane Odara. "Se a gente está construindo o que é beleza, que modelos de beleza e que possibilidades estamos dando? Não tem a ver com mostrar que pessoas são bonitas como são, mas é dar referências para que elas não precisem se encaixar em caixinhas".
"Digo que faço uma construção, desconstrução e reconstrução", diz Ju Romano sobre o processo de autoestima. "Mas é preciso evitar que a busca por autoestima se torna em outra culpa para a mulher".
"A gente tem que pensar a responsabilidade nas redes sociais e de como se pautamos no Instagram para nos desassociar da Kim Kardashian", pondera Stephanie Ribeiro. "Ela modificou a forma como a gente faz maquiagem e vejo muitas meninas reproduzindo o cabelo e o modo de se vestir dela. Por um lado, quebramos o modelo da moda convencional, mas de outro lado entramos em modelo tão opressor quanto para se encaixar em um modelo por si só artificial".
Para encerrar a mesa, a jornalista Brenda Fucuta propôs um caminho. "Além da carreira e beleza, é pensar no que a gente fez e o que vamos fazer nos anos pela frente. Pensar no 'quem eu sou' e chegar nessa resposta é a liberdade. Quando você se sente livre e não precisa responder à expectativas e à imagem, você tem a autoestima e se torna o que nasceu para ser", conclui.
A Universa Talks é um encontro de mulheres que estão transformando o mundo. Múltiplas vozes e experiências são compartilhadas em debates e apresentações. A primeira edição acontece nesta segunda (27) no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.
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