Gucci reafirma moda como ferramenta política e discute aborto em desfile
Nesta terça-feira (28), a Gucci apresentou sua coleção Cruise 2020 em Roma, no Museu Capitolino, e reafirmou a moda, ainda vista como futilidade por muita gente, como uma ferramenta para discussões políticas atuais, como o direito da mulher ao próprio corpo.
Com debates sobre o aborto repercutindo nos Estados Unidos e na Argentina, a grife italiana, comandada pelo diretor criativo Alessandro Michele, reforçou seu apoio a identidade de gênero com peças estampando mensagens feministas.
"Minha coleção é uma homenagem a muitas coisas e a diferentes culturas e momentos históricos. Entre outras citações, tem algumas referências aos anos 70, um momento em que os limites eram desfocados em comparação aos dias de hoje. Foi uma época histórica em que as mulheres finalmente rejeitaram todas as restrições que lhes foram impostas nos séculos anteriores e se tornaram livres. É por isso que estou homenageando a lei italiana sobre aborto, a lei número 194. É inacreditável que ao redor do mundo ainda existam pessoas que acreditam que podem controlar o corpo e a escolha de uma mulher. Eu sempre vou apoiar a liberdade de ser, sempre "
Um blazer, por exemplo, trazia a frase "My body, my choice" ("meu corpo, minhas regras", em português), frase que faz referência ao slogan levando pelo movimento feminista nos anos 70.
Já um moletom estampava a data 22 de maio de 1978. Esse foi o dia em que a lei para proteção social materna e aborto legal entrou em vigor na Itália. Uma camiseta especial da Chime for Change, campanha da Gucci em prol da igualdade de gênero, também apareceu na passarela.
A imagem de um útero foi bordada em um vestido, desmistificando tabus sobre a representação dos órgãos íntimos femininos.
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