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Papo de vagina

Dor durante o sexo: o que pode ser? Veja as principais causas e soluções

Dor durante o sexo não é normal e possui diversas causas, mas todas elas têm solução - Getty Images
Dor durante o sexo não é normal e possui diversas causas, mas todas elas têm solução Imagem: Getty Images

Bárbara Stefanelli

Colaboração para Universa

30/05/2019 04h00

As causas que podem levar uma mulher a sentir dores ou incômodo durante o sexo podem ser diversas e são separadas, fundamentalmente, em duas grandes categorias: dores físicas (orgânicas) ou de fundo emocional (não-orgânicas ou psicogênicas, como definem os especialistas) e que acabam se manifestando no corpo. Todas, no entanto, podem ser solucionadas. O importante é procurar a ajuda de um profissional que, a princípio, pode ser um ginecologista -- mas não fique adiando e se acostumando com a dor. A seguir, veja o que pode estar causando dor durante o sexo e o que fazer.

1. Falta de preliminar

Uma das principais causas que geram dor na relação sexual é a dificuldade de excitação. Sem o tesão, a vagina fica sem lubrificação, o que, durante a penetração, pode causar ardência e até fissuras. Geralmente, isso ocorre quando o parceiro não dá importância para as preliminares.

O que fazer: as mulheres precisam de um tempo antes da penetração, já que não são todas que ficam rapidamente lubrificadas. Converse com o seu parceiro. Se não se sentir confortável para ter este tipo de diálogo, o conduza durante as preliminares, mostrando, com o corpo, a importância deste momento antes da penetração.

2. Candidíase

A candidíase é uma inflamação causada por fungo nos grandes ou pequenos lábios faz com que a mulher, geralmente, não consiga nem ter relação, por conta da dor aguda e de coceiras. Essa é uma causa bem comum, mas passageira.

O que fazer: o tratamento costuma ser tópico, geralmente o médico prescreve pomadas que devem ser aplicadas na vagina ou banhos de assento.

3. Dor de profundidade

Algumas posições, principalmente quando o pênis bate no colo do útero, realmente causam desconforto. Normalmente, a mulher sente essa dor da profundidade quando está fazendo sexo de quatro.

O que fazer: o melhor é conversar com o parceiro e dizer que a penetração completa, em algumas posições, não está sendo agradável. O que não pode é você sentir dor. Algumas posições sexuais facilitam o sexo com homens de pênis muito grande.

4. Miomas

A presença destes nódulos benignos no útero, principalmente se eles estão localizados próximos à região onde o pênis toca durante a penetração, causa bastante dor. Geralmente, mulheres com miomas também sentem um aumento no fluxo e na cólica menstrual.

O que fazer: o ginecologista pode analisar se o incômodo está sendo provocado por conta de mioma. Em alguns casos, o mioma pode regredir. A localização do nódulo é fundamental para definir a necessidade de operação para retirada.

5. Endometriose

A endometriose ocorre quando o endométrio (camada que reveste a parte interna do útero) sai pelas tubas e fica implantado em vários lugares da pelve, formando um nódulo de menstruação. Se o pênis toca nesses nódulos, a mulher sente dor de profundidade.

O que fazer: a endometriose pode ser detectada por exame de toque ou de imagem, como a ressonância magnética. O tratamento costuma envolver medicamentos hormonais ou cirurgia de retirada.

6. Atrofia vulvovaginal

É quando a mulher tem falta do hormônio feminino estrogênio e não consegue lubrificar a vagina, o que causa dores como ardências e fissuras. Geralmente, acontece na pós-menopausa ou no pós-parto, por conta da amamentação. Mulheres mais jovens que tomam pílula anticoncepcional por muito tempo também podem relatar a atrofia.

O que fazer: na menopausa, existem pomadas que a mulher utiliza e que melhoram a lubrificação, são os chamados cremes de estrogênio tópico. Já a produção hormonal das mulheres lactantes vai regularizando com o tempo. E o caso das mulheres que sentem esta baixa libido por conta da pílula deve ser avaliado pelo próprio médico, que pode ou não recomendar outro método contraceptivo.

7. Infecção no aparelho urogenital

Infecções também são motivo de dor no sexo. A mais comum é a infecção urinária, já que a bexiga fica muito próxima à vagina, causando ardor. Também há casos em que bactérias sobem, causando gonorreia ou clamídia. Mas dificilmente a pessoa vai pensar em ter relação nessas situações, porque causam grande incomodo.

O que fazer: não há como adiar o tratamento e a mulher deve procurar orientação médica o mais rápido possível. Ela, provavelmente, terá de tratar a infecção com antibiótico.

8. Vulvodínea

Vulvodínea é uma dor caracterizada por sintomas de queimação e ardência, bem localizadas na entrada da vagina, fazendo com que a mulher nem consiga ter relação sexual. A doença pode surgir por conta de alguma infecção ou fungo de difícil tratamento.

O que fazer: os tratamentos indicados são medicamentosos, sistêmicos e locais. O fator emocional também conta muito, pois já que é um tratamento complicado, muitas vezes a mulher também precisará fazer uso de calmante ou antidepressivos.

9. Dores de fundo emocional

Ansiedade, depressão e traumas, muitas vezes causados por abuso sexual ou violência doméstica e psicológica, assim como inabilidade do parceiro e conflitos entre o casal também fazem com que a mulher não consiga se entregar à relação sexual.

O que fazer: se você é vítima de violência, denuncie. Nos outros casos, o tratamento adequado envolve acompanhamento psiquiátrico e/ou de um sexólogo.

10. Vaginismo

Quando o incômodo provocado por questões emocionais é tanto, a mulher não consegue a penetração e nem sequer ser tocada pelo parceiro. Aí já é um quadro de vaginismo, disfunção causada pela contratura involuntária da vagina, que resulta em uma atividade sexual sem a penetração (ou de forma parcial), mas sempre caracterizada por dor ou desconforto. fisioterapeuta. Geralmente, ocorre em mulheres com histórico de abuso, muito controladoras (que não permitem que o outro a penetre) ou que vieram de uma educação familiar muito rígida e conservadora.

O que fazer: o tratamento do vaginismo é geralmente multidisciplinar, exigindo o acompanhamento de sexólogo e fisioterapeuta. Normalmente, o fisioterapeuta especialista na musculatura da região da vagina também fará uso de um dilatador, para que as mulheres reaprendam a ter penetração de forma progressiva. Assim, aos poucos, elas vão perdendo o medo. O tratamento pode durar de três meses a dois anos, dependendo do caso de cada mulher.

Fontes consultadas: Alfredo Romero, diretor do Ibrasexo (Instituto Brasileiro para Saúde Sexual); Carolina Carvalho Ambrogini, ginecologista, obstetra e sexóloga do Projeto Afrodite, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Sandra Scalco, ginecologista, obstetra e especialista em sexualidade pela Sbrash (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana).

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