44 anos de Angelina Jolie questionam o que é ser uma estrela de Hollywood
Angelina Jolie está completando 44 anos nesta terça-feira (4). A atriz começou sua carreira nos anos 80, mas foi no final dos 90 que sua fama atravessou territórios, quando deu vida à modelo Gia Carangi, em "Gia - Fama e Destruição", que rendeu a ela o Globo de Ouro de Melhor Atriz.
Depois disso, a carreira da norte-americana deslanchou. Em seguida, em 1999, veio o longa "Garota Interrompida", que além do Globo de Ouro fez dela a vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. A partir daí os holofotes estavam direcionados a "nova estrela", que se tornou um "símbolo sexual" no começo dos anos 2000.
Esse "apelo sexual", criado pela mídia em cima de sua imagem, é apenas uma das diversas discussões que Angelina Jolie, como figura pública, levantou o questionamento. Hoje, atriz, cineasta e ativista, seus 44 anos representam uma reinvenção do papel do que é ser uma estrela de Hollywood e o papel da conscientização por meio da fama.
Aparência
Jolie já foi eleita pela "Vogue", "People" e "Vanity Fair" como a mulher mais bonita do mundo. A revista "Empire" questionou a sua capacidade em prolongar a carreira afirmando que sua "figura pneumática, olhos felinos e lábios contribuíram grandemente para o seu apelo ao público do cinema".
Tudo isso além das diversas manchetes que usavam sua "magreza excessiva" para protagonizar a (não) notícia.
O corpo de Angelina sempre foi uma obsessão da mídia, o que alavancou a polêmica quando a atriz decidiu se submeter a mastectomia dupla após descobrir o risco de 87% de desenvolver câncer de mama em consequência do histórico familiar materno.
Eu não me sinto menos mulher. Sinto-me fortalecida por ter feito uma escolha corajosa que de nenhuma maneira diminui a minha feminilidade
"Eu escolho não manter a minha história privada, porque há muitas mulheres que não sabem que elas podem estar vivendo sob a sombra do câncer. É minha esperança de que elas também sejam capazes de fazerem o teste de genes, e também saberão que têm fortes escolhas", disse ela ao "The New York Times" na época, reforçando o poder da mulher sobre o próprio corpo. "Eu não me sinto menos mulher. Sinto-me fortalecida por ter feito uma escolha corajosa que de nenhuma maneira diminui a minha feminilidade".
Sexualidade
Assumidamente bissexual, Angelina nunca teve problemas em falar sobre o assunto, desmistificando tabus acerca dele. Em entrevista ao "New York Daily News", a estrela falou sobre a fluidez da sua sexualidade, citando a modelo Jenny Schimizu, com quem teve um relacionamento nos anos 90.
"É claro, se eu me apaixonasse por uma mulher amanhã, e sentisse que não há problema em querer beijá-la e tocá-la. Se eu me apaixonasse por ela? Absolutamente! Sim!", comentou na época.
Maternidade
O primeiro filho de Angelina Jolie é Maddox Chivan, que ela adotou em um orfanato na Camboja aos sete meses de idade. Na época, o processo de adoção teve suas complicações no país devido aos casos de tráfico de crianças, o que não a impediu de correr atrás de todo o processo e cria-lo como progenitora única.
Depois de Maddox, veio Zahara, também adotiva e posteriormente Shiloh, primeira filha biológica da atriz. Eles venderam as primeiras fotos de Shiloh através da agência Getty Images, com o objetivo de beneficiar organizações de caridade, ao invés de permitir que paparazzi fizessem essas fotos. As revistas "People" e "Hello!" compraram os direitos americanos e britânicos para as imagens por 4,1 e 3,5 milhões de dólares, respectivamente, um recorde no fotojornalismo de celebridades naquela época, com todos os recursos doados para a UNICEF.
Deixei de trabalhar por mais de anos porque eles precisavam de mim em casa
O terceiro filho adotivo foi Pax, do Vietnã, em 2007. Um ano depois, em 2008, Angelina Jolie divulgou a gravidez dos gêmeos Knox e Vivienne, frutos do relacionamento com Brad Pitt, que nasceram em 2008.
"Tudo gira em torno das crianças. Deixei de trabalhar por mais de anos porque eles precisavam de mim em casa. Tudo parou. Tenho conversado com eles porque tudo os afeta. Cada locação, cada tipo de projeto, tenho que ajustar o quanto eles vão conseguir lidar com aquilo", contou à revista "InStyle".
Ativismo
Envolvida na contribuição contra conflitos de guerra, Angelina Jolie lançou, em 2012, uma iniciativa de Prevenção da Violência Sexual (PSVI), que tem como intuito complementar o trabalho do governo britânico. Em junho de 2014, a atriz copresidiu a Cúpula Mundial para a Eliminação da Violência Sexual em Conflitos, a maior reunião já feita sobre o assunto, que resultou em um protocolo aprovado por 151 nações.
"Violência sexual em conflitos ainda é um tabu. Mulheres e homens sobreviventes, e crianças nascidas do estupro, são frequentemente tratadas como se fossem aquelas que tivessem feito algo errado", disse em entrevista à "Marie Claire".
Nessa mesma entrevista, Angelina contou ainda como fala sobre esse assunto com seus sete filhos.
"Eu não converso apenas com as minhas filhas. Eu falo com elas e com seus irmãos. Essa talvez seja a distinção mais importante. Esse não é só um problema feminino, e a solução é trabalhar com mulheres e homens. E meninas e meninos. Aqueles que cometem esse tipo de violência precisam ter outros homens que os lembrem o que é realmente ser um homem. Um homem com um relacionamento saudável com uma mulher. E todas as sociedades precisam ser claras a respeito de não tolerar esse comportamento".
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