Política de aborto nos EUA é extremismo e tortura, diz comissária da ONU
Diante do avanço conservador de leis antiaborto em vários estados norte-americanos, Kate Gilmore, alta comissária adjunta da ONU (Organização das Nações Unidas), comentou que a política local é uma forma de "ódio extremista".
Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", Kate afirma que o ataque aos diretos das mulheres vem sendo organizado e alimentado por grupos extremistas. "É claro que é uma tortura e uma restrição ao direto a saúde. É uma crise e atinge diretamente as mulheres", afirma. "É um atentado contra a verdade, ciência e valores e normas", considera.
Dados mostram que a proibição do aborto não impede as mulheres de procurarem procedimentos, ainda que sejam menos seguros. De acordo com o Guttmacher Institute, houve pelo menos 56 milhões de abortos entre 2010 e 2014. Desses, 25 milhões colocaram a vida de mulheres em risco.
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), nos países ricos, 30 mulheres morrem para cada 100 mil abortos sem segurança. Nos países pobres esse número sobe para 220. Na África Subsaariana, chega a 520.
"Temos que nos munir de evidências e fatos e nos solidarizar com essas mulheres", conclui.
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