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"Força, meninas": plataforma quer recuperar autoestima de garotas em evento

Deborah (ao centro) é líder e fundadora do Força Meninas - Divulgação
Deborah (ao centro) é líder e fundadora do Força Meninas Imagem: Divulgação

Marcos Candido

Da Universa

08/06/2019 04h00

Déborah De Mari é fundadora e líder do "Força Meninas", uma plataforma para incentivar meninas a sonharem (e a serem) grandes líderes. A receita para isso é estimulá-las a andar com a cabeça erguida e a treinar a autoconfiança. Mas alcançar esse jeito de viver é bem complicado e com barreiras bem específicas quando se é uma garota.

A plataforma de Deborah foi criada em 2016 e consiste em uma rede formada nas mídias sociais, com eventos presenciais e atividades para estimular autoestima às mulheres. Mais de 2 mil meninas já foram impactados pelo projeto.

Recentemente, o Força Meninas teve acesso a um estudo que tornou-se uma preocupação para Deborah: as meninas sofrem uma queda de 30% nos níveis de autoestima e autoconfiança. É chamada da "perda da voz", que tem um significado simbólico. Elas não perdem fisicamente a capacidade da fala, mas não conseguem impor opiniões e desejos.

"As meninas perdem a voz por diversos motivos, principalmente por fatores culturais e pela enorme pressão da sociedade para aderir a um papel feminino. É uma tendência alarmante e esse comportamento tem efeitos negativos até a fase adulta", explica. Essa realidade abate ainda mais meninas em áreas como tecnologia e exatas.

Mas como melhorar essa vontade de falar que fica engasgada? Bem, a ideia da Deborah é apresentar a crianças e adolescentes alguns exemplos de outras meninas que já são boas no que fazem. Outra dica é ensinar sobre inteligência emocional, puxar para a conversa e ajudá-las a se sentirem mais confiantes.

Neste domingo (9), ela promove o encontro 'Minha voz tem força" com oficinas, atrações musicais e palestras que unem o método do "Força Meninas" de uma vez só e em um mesmo lugar. O evento acontece em São Paulo, depois segue para Belo Horizonte e Recife. Parte do ingresso (R$ 30 por garota, R$ 50 a cada duas meninas e R$ 70 por família) será direcionada para meninas em busca de bolsas e intercâmbios de estudo no Exterior.

Em eventos anteriores, Deborah diz os pais costumam chegar desconfiados. "Depois eles vêm dizer sobre algumas características de suas filhas e descobrem que não era exclusivo delas", comenta.

Deborah é pesquisadora nas áreas de Gênero, Liderança, Habilidades do Século XXI e o Futuro da Educação. Concluiu o curso de Competências do século 21, da União Européia, e o Girls Leadership Professional Development Training (GLPDT), em Boston/EUA.

Largou o emprego em grandes corporações para se ajudar a melhorar a autoestima de meninas em uma fase crucial desenvolvimento. Deu certo. Foi selecionada recentemente como uma das líderes de comunidades globais do Facebook que produzem impacto social.

"A história é muito bonita mas é só o começo: o Brasil tem milhões de meninas. A gente tem uma missão enorme", conclui.