Aos 17 anos, estudante brasileira lança campanha para passar semana na Nasa

Maria Clara Pacheco, 17, quer conhecer a Nasa. Na verdade, ela sonha em trabalhar lá um dia. Por enquanto, ela conquistou a chance de passar uma semana na agência espacial norte-americana.

"É uma expectativa enorme de conhecer engenheiros e diretores da Nasa. Acho que vai ser maravilhoso", explica à Universa.

A estudante é parte de uma leva de meninas que têm conquistado oportunidades para estudar no exterior em áreas tradicionalmente comandada por homens, como exatas e tecnologia. E ela também é uma das que precisa conseguir uma grana extra para fazer a viagem.

Maria Clara lançou uma campanha na internet para receber doações e bancar as despesas com passagem, alimentação e estadia. O curso de uma semana vai acontecer em novembro, na Flórida. O objetivo é atingir a meta de 18 mil reais até lá. Para ser aprovada no programa, ela precisou passar em um teste de biologia, matemática, física e uma entrevista em inglês, promovidos pela agência espacial.

Não à toa, ela tem experiência no assunto e já ficou na vice-liderança da Mostra Brasileira de Foguetes. A competição desafia estudantes brasileiros a reproduzir o design, preparar o lançamento e calcular a trajetória de simulacros de foguete feitos a partir de garrafa pet.

Até lá, a estudante vai se preparar para o vestibular em engenharia aeronáutica na USP e Unesp. "Sempre gostei muito de carro e de ver avião, e imagino que estudando eu vou me aproximar disso. Eu gosto muito de saber como as coisas funcionam", conclui.

Parcela importante dessa trajetória foi iniciada pelo pai de Maria, que desde cedo ofereceu exercícios de lógica para as filhas. A atitude pode parecer simples, mas a aproximação ajuda a incluir e manter o ânimo de garotas em continuar a calcular. E tem até um evento para estimular a ideia.

Neste domingo (9), acontece em São Paulo o "Minha voz tem força", uma programação de debates e oficinas para incentivar e também diagnosticar o que afasta meninas de áreas como exatas e tecnologia. Criado em 2016, o evento vai usar o dinheiro do ingresso para investir nos estudos de meninas como Clara.

Na pauta, estão temas como autoestima e métodos para espantar pensamentos negativos. Depois, segue para Belo Horizonte (15) e Recife (29).