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Laura Harrier: "Não via garotas como eu nos filmes"

Beleza do Oscar -  Laura Harrier - REUTERS
Beleza do Oscar - Laura Harrier Imagem: REUTERS

da Universa

10/06/2019 17h53

A atriz norte-americana Laura Harrier despontou no último ano em filmes como "Homem Aranha - De Volta para Casa" e o vencedor do Oscar "Infiltrado na Klan", de Spike Lee. Porém, o espaço conquistado por Laura não foi comum na vida da atriz.

"Quero fazer personagens com que as pessoas possam se identificar. Meninas e mães falaram pra mim: 'Nossa, nunca pensei que fosse ver uma mulher como você em um filme como esse'. Eu mesma não tive isso na infância ou adolescência. Não via garotas como eu nos filmes", relembra Laura, em entrevista à "Marie Claire".

A atriz, defensora do movimento Time's Up, também falou sobre sua relação com o feminismo. "Fui envolvida com o feminismo por causa da mulher que me criou, minha mãe. Sempre me identifiquei como feminista, sendo filha de uma. Para mim não era nada demais, até que começaram a me perguntar sobre isso e percebi que a maioria das pessoas não tinham essa educação familiar", diz.

"Tive uma infância muito normal e americana. Cresci numa cidade onde 'Clube dos Cinco', 'A Garota de Rosa Shocking' e todos esses filmes americanos sobre ensino médio se passam. Foi uma infância boa, suburbana, e ter a sorte de que os meus pais amavam viajar nos deu uma visão de mundo muito ampla. Acho que fui capaz de enxergar além da minha própria experiência individual", recorda Laura, nascida e criada no estado de Illinois.

O seu papel como ativista do movimento negro em "Infiltrado na Klan" a ajudou a mergulhar ainda mais na história dos movimentos sociais que a cercam. "Sempre senti que minha visão de mundo era alinhada com esses movimentos. Mas definitivamente aprendi muito nesse processo. Não aprendi na escola sobre Malcolm X ou os Panteras Negras. E acho que isso se deve à propaganda proliferada na época dos movimentos dizendo que eles eram violentos", conta ela, que se define como birracial, filha de mãe branca e pai negro.