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Defensoria Pública do RJ faz alteração do nome de 1ª menina trans em Paraty

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Imagem: iStock

Da Universa

11/06/2019 17h29

Quando voltou para casa depois da audiência que garantiu a alteração de seu nome, uma menina de 8 anos, a primeira criança trans a conquistar esse direito na cidade de Paraty, no estado do Rio de Janeiro, pediu que a mãe queimasse sua primeira certidão de nascimento, aquela registrada com um nome masculino.

A ação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, julgada pela Vara Única de Paraty, é inédita na cidade.

Segundo a Defensoria, a menina se apresenta com o nome feminino que ela mesma escolheu há dois anos e que, agora, constará na matrícula escolar.

A menina é acompanhada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo desde 2017 e a decisão da Defensoria Pública considera o laudo médico apresentado nos autos que reconhece a disforia de gênero.

"A decisão garante o respeito à dignidade da criança, que se via submetida a uma série de constrangimentos e situações vexatórias em seu dia a dia em razão da discrepância entre seu gênero biológico e o gênero com o qual se identifica desde os 5 anos. Além disso, o caso é importante porque serve de precedente para casos similares", destaca a defensora pública Elisa Costa de Oliveira.

"Sou sua amiga, mamãe"

A mãe da menina começou a dar sinais de que a filha se identificava com o gênero feminino quando ela começou a identificar a si mesma como "ela".

Enquanto lavava louça, ela ouviu da garota: "Sou sua amiga, mamãe". Ao corrigir o gênero para "amigo", a mãe ouviu a filha dizer que a frase estava certa porque ela é uma menina.

Ela chegou a entregar aos pais todos os brinquedos tidos como "de menino" e pedir itens considerados femininos, sugeriu queimar todas as suas roupas e chegou a se beliscar em frente ao espelho ao encarar a imagem feminina.

"No começo eu não entendia o que estava acontecendo, mas depois tudo fez sentido e a mudança de comportamento dela foi incrível. Minha filha era muito calada, não comia e nem dormia direito. Hoje ela melhorou o rendimento e o convívio na escola, canta, dança... É outra pessoa", diz a mãe.

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