Famílias curtem a Parada LGBTQ+: "Vim defender minhas mães"
A Parada LGBTQ+ não é só fervo. Apesar da Av. Paulista estar tomada, neste domingo (23), de gente com glitter, plumas e looks com as cores do arco-íris, famílias compostas por crianças, senhores e bebês se misturam à multidão. Entre elas, está a da investigadora aposentada Leny Fernandes, 57. Ela foi à Paulista com a mulher, a gerente de recursos humanos Leticia Pires, 60, e as filhas das duas, Maria Eduarda, 12, e Laura Luiza, 9.
Esta é a primeira vez que Leny visita a festa. "E foi por causa dessa aqui", diz, apontando para Maria Eduarda. A pré-adolescente a convenceu na base da insistência. "Se a gente não a trouxesse ela teria uma síncope". A garota ficou sabendo do evento pela internet e decidiu se posicionar. "Vim defender a minha família", fala Maria Eduarda.
Um problema na coluna não impediu o estilista Alexandre Faria, 51, de curtir sua 23a Parada LGBT. "A gente vem desde a primeira edição", diz, apoiando-se em uma bengala. Ele é casado há 24 anos com o aposentado Marcelo Makawetskas, 57. "Sempre teve família no evento. É uma festa em que podemos ser exatamente quem somos", diz Alexandre.
Não é só engajamento
Uma das motivações para os pais trazerem as crianças para a Parada é educacional, eles dizem. É o caso da gerente de contas Luciana Dias, 35, e o analista de sistemas Roberto Almeida, 38. O casal é simpatizante e aproveitou para trazer Cadu, 1, e Aninha, 3, para balançar a bandeira LGBT. "Queremos que eles cresçam sabendo de que lado nós estamos", afirma Luciana.
Em sua segunda Parada LGBT, Malika de Freitas, 11, foi quem arrastou a avó, a produtora Piki de Freitas, 73. "Estudo esse assunto desde os meus oito anos", afirma. "E é importante ela ter esse posicionamento. Em casa sempre defendemos todas as formas de amor", diz Piki
O mesmo vale para a cuidadora de idosos Raquel Cristina de Moraes, 26. Ela veio acompanhar a irmã Morgana de Moraes, 36, e a cunhada Poliane de Souza Andrade, 24. Trouxe a tiracolo Ana Lídia, 6, e Maria Julia, 2.
Elas chegaram na Paulista às 9h para curtir o domingo de sol e também aprender um pouco sobre as formas de amor. "Quero que elas tenham a noção de que homossexualidade é uma coisa natural, de que não há problema nenhum em ser LGBT", fala Raquel. "E também para, se um dia ela se conhecer e perceber que é lésbica, saber se defender melhor."
Aurora, 9, teve uma aula sobre o significado da bandeira LGBT enquanto passeava com o pai, o programador Iraê Carvalho, 38, e a mãe, a engenheira Paula Sato, 28. "Ontem estávamos no Minhocão e ela viu a bandeira do arco-íris. Já tínhamos falado disso, mas ela quis entender mais sobre o que era o movimento", afirma.
Aurora, no entanto, parece ter aprendido com a vida muito antes de seu pai explicar algo. É que ela tem uma tia que é casada com outra mulher. "Ah, é verdade, né? Nem lembrava", observa. "Viu, só? É tão natural para essa geração que ela nem percebe que é um casal 'diferente'".
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