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Mês do Orgulho LGBTQ+

Na Parada LGBTQ, Marta Suplicy cutuca Bolsonaro: é o não das ruas

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy apareceu no evento ainda na concentração, na Avenida Paulista  - Luciola Villela/ UOL
A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy apareceu no evento ainda na concentração, na Avenida Paulista Imagem: Luciola Villela/ UOL

Jacqueline Elise

Da Universa

23/06/2019 12h54

Para a ex-senadora e ex-prefeita da cidade de São Paulo Marta Suplicy, a primeira Parada do Orgulho LGBTQ+ do governo Jair Bolsonaro tem como missão algo muito maior que reivindicar os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas queer.

Em entrevista à Universa, ela disse que a concentração de mais de 3 milhões de pessoas na Avenida Paulista é o "não" das ruas ao que chamou de "retrocesso civilizatório".

"Estamos vivendo uma demonização de mulheres, de negros, de homossexuais; são inúmeras tentativas de tirar os direitos adquiridos. Isso ameaça a nossa democracia. Entre tantas atitudes de ódio, é como se estivéssemos vivendo um neofascismo", disse a ex-senadora.

Ela aproveitou para alfinetar a ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. "[Esse governo] é um terror. Na hora que você tem uma ministra das Mulheres [como essa], pensa: mal ou bem, os avanços estavam acontecendo, mas dessa vez é preocupante".

Marta aproveitou para comemorar a decisão do STF de criminalizar a homofobia e a transfobia, agora enquadrados como crime de racismo. "Graças a Deus que temos o Supremo", falou.

Luta contra a LGBTfobia

Marta, que na década de 1990 apresentou o primeiro projeto de lei do país pelo casamento homoafetivo e uma PEC para proibir a discriminação motivada pela orientação sexual, lembrou seus anos de luta como aliada ao movimento LGBTQ+.

Quando protocolamos os primeiros projetos, éramos perseguidos na Câmara. Depois o tabu foi sendo quebrado e os gays começaram a aparecer na novela, virar assunto na mesa do jantar, ainda que de forma estereotipada, mas eles estavam lá", comemorou.

A 23ª Parada do Orgulho LGBTQ+

A 23ª edição da Parada do Orgulho LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestir, transgêneros e pessoas queer) de São Paulo está ocupando a Avenida Paulista desde as 10h deste domingo (23).

O evento reúne cerca de 3 milhões de pessoas, segundo estimativa da Prefeitura de São Paulo.

O primeiro trio parte às 12h e deve seguir em direção à Rua da Consolação. Serão 19 trios e o último deles deve chegar ao destino final por volta das 18h, quando acontece a dispersão. A Avenida Paulista ficará bloqueada para carros a partir das 8h e a liberação da via acontecerá após a limpeza no domingo. Já a Rua da Consolação ficará bloqueada para carros das 12h às 19h.

Estima-se que a prefeitura tenha gasto 1,8 milhão de reais com a organização da Parada neste ano. Além do montante, o evento conta com o patrocínio de empresas privadas -- a Uber, por exemplo, é responsável por dois dos trios que vão desfilar.

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