Piovani disse que vai cortar o cabelo dos filhos com piolhos: é necessário?
Os filhos de Luana Piovani pegaram piolho pela segunda vez em Portugal e a atriz fez um post no Instagram garantindo que segunda vai tosar o cabelo de todo mundo. Mas afinal, é preciso mesmo fazer isso? O parasita, apesar de não voar, passa de um organismo para o outro por meio do contato entre as pessoas (e de seus objetos infestados pelo inseto ou seus ovos). Um dos segredos, então, é não compartilhar itens de uso pessoal.
Conheça mais informações para manter as crianças a salvo desse problema.
No inverno não tem risco?
A pediculose é mais comum nos dias quentes, principalmente no verão. Em geral, a maior incidência começa acontecer a partir de setembro. Porém, vale ressaltar que crianças ficam muito tempo juntas no inverno, o que facilita a infestação.
O inseto vive como parasita exclusivamente no corpo humano e se alimenta somente de sangue. Ele escolhe a cabeça por esse ser um local rico em vasos sanguíneos e mais quente, o que é favorável para sua reprodução, já que os ovos (lêndeas) necessitam de calor para eclodir.
É necessário haver contato com outras pessoas que tenham o inseto alojado no corpo, usar objetos compartilhados contaminados (como chapéus, bonés, toalhas, escovas, travesseiros etc.) ou ainda ter contato com móveis nos quais existam piolhos (sofás, por exemplo). Fora de seu local preferencial (o couro cabeludo), um piolho vive 48 horas. Embora seja presente no imaginário popular que os piolhos pulem de uma cabeça para a outra, o inseto não possui asas nem patas para que possa fazer isso.
É verdade que os fios estão sujos?
Não, o inseto pode ficar na cabeça de pessoas com couro cabeludo limpo também e pode se instalar nos cílios e nas sobrancelhas. É importante compreender que não é verdade que criança com cabelo sempre limpo com xampu e condicionador está livre de pegar piolho.
A pediculose é uma doença infectocontagiosa que não é característica de nenhum país específico nem atinge preferencialmente algum tipo de etnia, sexo e classe social. Crianças têm mais contato entre si por conta de brincadeiras, por exemplo, e ficam mais tempo próximas umas das outras em ambientes coletivos, como a escola. Além do mais, não compreendem a imprudência de compartilhar objetos pessoais.
Quando adulto, eles vivem cerca de 30 dias e durante esse tempo, além de se alimentar de sangue, acasala-se e aumenta a infestação. Uma fêmea produz, em média, entre 150 e 300 ovos ao longo da vida.
É preciso cortar o cabelo?
Não, isso é mito. Existe tratamento tópico com uso de xampu à base de uma substância chamada permetrina, tratamento para retirada das lêndeas (com pente fino) e medicamento via oral (ivermectina) para os casos resistentes ao xampu. Cuidados com higiene são fundamentais também, como troca diária de lençóis (que devem ser lavados com água quente e depois passados a ferro). Pentes e escovas de cabelo devem ser higienizados com álcool.
Um pente fino ajuda na remoção das lêndeas (ovos) presas aos fios. O objeto também é útil para inspecionar o couro cabeludo, onde ficam instalados os insetos. Ao encontrar um, não o esmague com a unha. Mergulhe-o em uma mistura de água com vinagre e, depois, despreze o líquido.
Água com vinagre funciona?
Essa solução ajuda a combater as lêndeas, pois facilita o desprendimento delas do cabelo quando o pente fino é usado. O vinagre dissolve a camada externa do ovo, que o fixa nos fios de cabelo. Para preparar a receita, misture a mesma porção de água (morna ou fria) à de vinagre. Se quiser, adicione um pouco do condicionador usado pela criança. Aplique a receita no cabelo e abafe por meia hora com uma touca plástica. Depois, penteie os fios, para desprender as lêndeas. A respeito de receitas caseiras, é importante ressaltar que em hipótese alguma deve ser aplicado no couro cabeludo ou nos fios do cabelo querosene ou produtos de limpeza, sob o risco de causar queimaduras, alergias e intoxicação.
Consultoria Camila Hofbauer, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica; médica pesquisadora do grupo de Laser do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e membro do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo; Meire Parada, dermatologista de São Paulo especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e colaboradora do departamento de dermatologia da Unifesp, e Hamilton Robledo, pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
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