"Batom da Marta": testamos o produto na vida real e no jogo de futebol
Marta fez barulho ao se tornar a maior artilheira em Copas do Mundo da história quando fez seu 17º gol usando um batom roxo em jogo contra a Itália. Ao entrar em campo contra a França, ela apareceu de novo com os lábios coloridos: dessa vez, vermelhos. A ideia era promover o lançamento Power Stay, da Avon. A "jogada de marketing" poderia render dor de cabeça com a Fifa, mas a repercussão é inegável: o "batom da Marta" entrou para os assuntos mais comentados do Twitter e causou um pico de buscas no Google nos últimos dias.
Como eu estava participando ativamente da cobertura da Copa do Mundo Feminina na Universae tenho uma coleção expressiva de batons líquidos, não pude negar a oportunidade de colocar o produto à prova. Escolhi o Vermelhaço, o mesmo que Marta usou no jogo contra as francesas. Em dez cores, o batom está em pré-venda por R$ 34,99, com entregas a partir do dia 17 de julho.
Para fazer o teste, segui as seguintes regras:
- Não poderia retocá-lo ao longo do dia;
- Não deixaria de comer ou beber café por causa do batom;
- Teria que fazer uma atividade física.
Desafio aceito, o árbitro autoriza.
Primeiras impressões
10h
Como adepta ao batom vermelho líquido matte, eu tenho os meus favoritos: o Bruna, da Bruna Tavares, e Dance with Me, da M.A.C. Ao abrir a versão da Avon, já percebi que era muito mais "gosmenta" e pegajosa do que aquelas com as quais eu estava acostumada. A textura pode ser um desafio para quem não está acostumado ao batom líquido e pode causar estranhamento por algumas horas, porque, ao contrário de seus concorrentes, ele demora um pouco a secar e deixa a boca um tanto grudenta, além de repuxar os lábios. Um hidratante labial por baixo dele talvez caísse bem.
Para ser fiel ao teste, cometi o mesmo erro de todos os dias: fui tomar os meus remédios matinais depois de ter passado batom. É quando vi que, apesar da propaganda, a cor transfere um pouco, sim, mas nada muito dramático. Apenas o bastante para causar sofrimento na próxima pessoa que for lavar a louça de casa, no caso, meu namorado (desculpe-me desde já, Alex!).
13h
Logo que chego à redação da Universa, costumo tomar um café com os colegas. Nesta quinta-feira (27), não foi diferente. Novamente, o batom transferiu um pouco para o copinho de papel -- apesar disso, continuou praticamente intacto nos lábios. Não me acanhei e decidi comer um prato feito na hora do almoço: contra-filé com arroz, feijão, batata frita e salada, acompanhado de um refrigerante de limão. Uma ótima refeição para o trabalhador brasileiro, mas um desafio e tanto para um batom líquido.
Após o almoço, a cor estava mais fraca no centro da minha boca, na parte mais molhada do lábio inferior. Quando uso o Bruna, da Bruna Tavares, costumo retocá-lo depois da refeição, porque ele fica um pouco mais desigual do que o da Avon. Porém, por mais que o batom tivesse saído um pouco, não parecia que eu havia batido um "pratão".
17h
Passei as últimas duas horas em reunião de pauta, revezando entre café e água enquanto discutíamos os assuntos que serão abordados na próxima semana. O batom começava a dar mais sinais de desgaste, porém ainda estava intacto o bastante.
Quando o produto chegou à redação, a primeira surpresa foi perceber que, ao contrário de outros batons líquidos matte, o da Avon não tem álcool -- que costuma ser usado em altas concentrações nessa categoria, pois o componente evapora e a cor fica na boca, mas também é responsável por deixar um aspecto mais seco e, muitas vezes, ressecado (principalmente se os lábios não forem preparados antes com um hidratante).
Decidi, então, compartilhar o rótulo do produto com a engenheira química e cosmetóloga Sonia Corazza para tentar desvendar o que estava por trás da durabilidade da fórmula. Ela explica que a composição é bem tecnológica. "É uma associação de silicones e polímeros de alto grau de adesividade na pele, além de uma alta concentração de pigmentos micronizados", diz a especialista.
19h
Chegou o desafio final. A boca já começava a ficar desconfortável quando me troquei para jogar uma partida de futebol com algumas garotas que se encontram semanalmente no Parque do Povo, zona sul de São Paulo (SP). À vista, o batom parecia estar com toda sua glória, mas a sensação era de que ele já estava repuxando demais os lábios. Neste tipo de situação, eu já o tiraria e passaria uma nova camada. Mas tive que aguentar o meu ímpeto.
Coloquei meião e tênis para entrar na quadra de futsal. Joguei, ao todo, 1h30, com pausas entre as partidas, muitos goles de água na minha garrafinha e troca de ideias com a minha editora. Não sei qual foi a experiência de Marta, mas minha admiração por ela aumentou um pouco mais, uma vez que não é exatamente confortável secar o suor no "buço" tendo medo de ficar com a cara manchada de batom e, ao mesmo tempo, ficar de olho para onde a bola vai. Por isso, peço desculpas às minhas colegas de time por qualquer momento de relapso. Mais uma vez, tenho vontade de arrancar o produto da boca, mas tento seguir em frente. Na partida e na experiência.
22h
Como estava cansada e me recuperando de um resfriado, decidi comer fora com o Alex. Para "compensar" o almoço, optei por salada e brusqueta, porque estava verde de fome após o futebol. E o batom finalmente saiu. Não sei se foi a voracidade com a qual ataquei o prato ou a performance do produto, mas no lábio de baixo ele já estava quase completamente apagado. Assim, não foi difícil tirá-lo com demaquilante em óleo quando cheguei em casa após o jantar.
Considerações finais:
- Ao todo, passei 12 horas com o batom da Marta na boca. O rótulo do produto informa que a durabilidade é de 16 horas, mas estava fazendo as contas e, para usá-lo por tanto tempo, teria que acordar, passá-lo e tirá-lo apenas à beira da cama. Ainda assim, se eu fizesse isso, ficaria com ele nos lábios por 14 horas.
- A textura pegajosa é difícil de passar e de se acostumar, mas é eficiente ao longo do dia. A cor é vibrante -- mas uma camada não basta, é preciso aplicar duas. Parece que você está com um filtro do Instagram no rosto, mas o produto transfere um pouco. Por isso, não espere milagres.
- Se ficar com o batom no lábio foi desconfortável para mim, que estou acostumada a este tipo de produto, talvez não seja fácil para alguém iniciante. Mas nada a que a pessoa não se habitue em alguns dias.
- Quando usado por muitas horas, o batom resseca e arranca pelinhas dos lábios, então é melhor usar um hidratante labial por baixo dele. No entanto, ele não esfarela, como é comum em muitos produtos líquidos. E a cor realmente não borrou, mesmo com o "buço" molhado.
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