8 brasileiras negras para nos inspirar e que pouca gente sabe a história
A luta das mulheres negras por visibilidade e para pautar suas necessidades como grupo social tem uma data oficial: 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana, Caribenha e da Diáspora.
A data, que é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), surgiu após a realização do 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana, em 1992.
Até hoje, tem a importância de colocar foco nas experiências das mulheres negras e sua batalha pelo fim da opressão racial e de gênero. Neste ano, por exemplo, elas vão às ruas na Marcha das Mulheres Negras, que acontece em várias partes do Brasil, em datas diferentes de julho.
Mulheres negras brasileiras
Em 2014, a lei 12.987 instituiu que 25 de julho também é Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra no Brasil.
Acontece que, historicamente, mulheres negras que ajudaram a contar a história do País, tendo papel importante na sociedade, são pouco lembradas. Tereza de Benguela é uma delas. Ela liderou de 1750 a 1770 o Quilombo do Quariterê, em Mato Grosso, após a morte de seu parceiro José Piolho e se tornou Rainha Tereza - uma heroína negra que comandou a resistência negra no período de escravidão.
Universa traz uma lista de brasileiras que nos inspiram e, por vezes, foram apagadas ou esquecidas na História:
- Dandara
Uma das lideranças femininas do Quilombo dos Palmares, Dandara era casada com Zumbi, ao lado de quem lutou pela permanência e resistência dos quilombolas. Não há informações confirmadas de sua origem, se era da África ou nasceu no Brasil. É considerada uma guerreira negra.
- Laudelina de Campos Mello
Ela foi fundadora do primeiro sindicato de trabalhadoras domésticas do Brasil, em 1936, com o nome de Associação das Empregadas Domésticas do Brasil. Nascida em Poços de Caldas (MG), começou a trabalhar na função aos 7 anos; aos 20 se mudou para Santos (SP) (também morou em Campinas), onde se envolveu em atividades do movimento negro.
- Tia Ciata
Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, é uma das personagens mais emblemáticas da cultura brasileira do início do século 20. Era em sua casa, no Centro do Rio de Janeiro, que se reuniam os artistas que deram origem ao samba. Cozinheira e mãe de santo, Tia Ciata é um símbolo de mulher negra por ter contribuído para estruturar as reuniões e festas musicais em seu famoso quintal.
- Conceição Evaristo
Autora mineira, Conceição Evaristo carrega em seus contos, romances e poemas a ancestralidade dos africanos que foram escravizados no Brasil e sua própria história de vida. Conceição Evaristo foi trabalhadora doméstica antes de se formar em Letras. Ela tem ainda mestrado em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Algumas obras: "Olhos d'água", "Ponciá Vicêncio" e "Insubmissas lágrimas de mulheres".
- Carolina Maria de Jesus
Escritora do livro "Quarto de Despejo - Diário de uma favelada", Carolina Maria de Jesus era catadora de papel e resíduos e moradora da favela do Canindé, em São Paulo. Suas anotações foram descobertas pelo jornalista Audálio Dantas e seu livro, que rapidamente virou um sucesso, foi publicado em 1960. Neste ano, o Google fez um doodle em homenagem à escritora - ela completaria 105 anos em 14 de março.
- Ruth de Souza
Considerada a primeira dama do teatro negro brasileiro, Ruth de Souza começou sua carreira no Teatro Experimental do Negro, de Abdias do Nascimento, em 1945. Ruth guia sua carreira por peças, radionovelas, filmes e novelas. Em 1969, participou da novela "A Cabana do Pai Tomás", um marco na TV brasileira. Foi a primeira atriz brasileira a ser indicada a um prêmio internacional de cinema (em 1954, no Festival de Veneza pela atuação em "Sinhá Moça", de um ano antes).
- Lélia Gonzalez
Foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado contra Discriminação e o Racismo, em 1978, hoje, chamado de Movimento Negro Unificado (MNU). Foi fundamental, e ainda é referência, para a militância feminista negra. Foi antropóloga, professora e uma intelectual defensora do feminismo afrolatinoamericano.
- Tereza de Benguela
Líder do Quilombo do Quariterê, em Mato Grosso, Tereza de Benguela ganhou o título de Rainha Tereza. Há informações históricas de que ela organizou uma espécie de Parlamento no Quilombo. Em meados de 1770, a líder foi morta por soldados do Estado.
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