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Quer crescer na empresa? Se dar bem com seus colegas pode ser o segredo

Se dar bem com os outros e ter empatia pode ser a chave para ganhar mais, por exemplo - Getty Images
Se dar bem com os outros e ter empatia pode ser a chave para ganhar mais, por exemplo Imagem: Getty Images

Mariana Gomes e Claudia Dias

Colaboração para Universa

29/07/2019 04h00

Muitos anos atrás, a bola da vez era o Q.I., o Quociente de Inteligência ou, literalmente, quanto uma pessoa é inteligente. Isto bastava para abrir quase todas as portas do mundo. Hoje, o cenário já não é bem assim. Tal característica segue importante, é claro, mas divide espaço com outra sigla: Q.E., de Quociente Emocional, também chamado de Inteligência Emocional, que é a capacidade de alguém em reconhecer e gerenciar emoções.

O pilar tornou-se diferencial, tanto para a contratação como para o crescimento de um funcionário dentro da empresa. E em toda gama de qualidades emocionais procuradas e valorizadas atualmente pelo mercado, há duas que se destacam: a flexibilidade e a capacidade relacional, ou seja, a habilidade de trabalhar bem em equipe.

Para Priscila Yumi Yabiku, coach de propósito de vida e realização profissional, ambas são competências sociais. "Por um lado, envolvem realizar as necessidades dos outros e, por outro, realizar as suas próprias", diz. Por isso, quem quer alcançar postos mais altos dentro de uma empresa precisa desenvolver ou aperfeiçoar tais características. Como? Adotar as atitudes abaixo já é um bom começo.

Coloque-se no lugar do outro

Empatia é a qualidade de identificar o que a outra pessoa sente ao viver determinada situação, imaginando-se na posição dela. Um gestor empático, por exemplo, é aquele que compreende cada membro de sua equipe e os motiva da melhor forma. Tal característica, porém, é bem-vinda em todo grau hierárquico. Para desenvolvê-la, faça trabalhos voluntários, converse com pessoas que tenham histórias de vida e idades diferentes da sua. Manter contato com outras realidades expande sua forma de enxergar o entorno.

Faça uma autoanálise

No fim de cada dia, anote quais foram as emoções predominantes e suas motivações. Depois, questione-se: haveria melhor maneira de lidar com o que viveu? Por fim, reflita qual ação deve ser feita para minimizar ou reverter o cenário (um pedido de desculpas, por exemplo). Esse exercício, se praticado diariamente, traz mais consciência para as emoções e ajuda a identificar os comportamentos que podem ser transformados.

Busque o autoconhecimento

Os processos para se conhecer melhor, por meio de terapias diversas, auxiliam bastante no desenvolvimento da flexibilidade e na capacidade de lidar com outras pessoas. Uma boa maneira de atingir esse objetivo é incluir atividades artísticas na rotina. Faça teatro, dança, toque um instrumento, pratique desenho, cerâmica, escultura ou qualquer coisa que libere sua capacidade de criar. Também acompanhe a agenda cultural da cidade e inclua, em seus dias livres, eventos que são novidade para você.

Explore a comunicação

Desenvolva ou aperfeiçoe sua capacidade de expressar-se em diferentes níveis. Quem se comunica de forma clara torna-se mais simpático e tem uma interação ampliada nos diversos ambientes que frequenta -- inclusive, o profissional. Por isso, busque dialogar tanto quanto possível, independentemente de quem é ou da condição social, cultural ou emocional de seu interlocutor.

Marque presença

Ser flexível é estar no agora de cada situação. É, também, compreender as necessidades e condições de cada cenário das pessoas envolvidas e ser capaz de lidar com as próprias expectativas ao visar o bem comum. Conquistar a flexibilidade significa ser mais criativo, aprender com a novidade e inovar. A meditação é uma prática bastante recomendada para ensinar a mente a permanecer no presente.

Aprenda a ouvir mais

Tanto a flexibilidade quanto o bom relacionamento dependem de outra qualidade bem importante: a capacidade de ouvir. Vale lembrar que o diálogo real acontece apenas quando o ouvinte não cria um monólogo, muito menos um discurso defensivo antes mesmo de saber o que o outro tem a dizer. Desenvolva a escuta ativa. Ouça com atenção, respeito e interesse os pontos de vista diferentes do seu, sem pré-julgamentos. Lembre-se: quando julgamos, não deixamos espaço para desenvolver algo novo em nós.

Seja gentil e generoso

Deixe de lado a postura de quem só responde e-mails e mensagens de celular, sentado numa mesa isolada. Seja um contato mais presente; troque o virtual pelo real. Dedique atenção e tempo aos outros e, sobretudo, explore a gentileza.

Construa parcerias

Trabalhar em equipe é uma via de mão dupla: você se beneficia, mas também oferece algum tipo de proveito para os outros. Por isso, não tenha receio ou preguiça de construir parcerias e se oferecer como apoio para as iniciativas dos colegas de trabalho. Faz toda diferença procurar entender se é possível contribuir mais. Em contrapartida, pode ter certeza de que sempre haverá algum parceiro, quando precisar de ajuda.

Fontes: Luciana Tegon, headhunter, master coach e sócia-diretora da Consultants Group by Tegon; Nilce Cattassini, psicoterapeuta; Priscila Yumi Yabiku, coach de propósito de vida e realização profissional.