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Quanto tempo o sexo tem de durar e por que você está contando errado

Relógio e sexo não combinam - o importante é todos estarem satisfeitos - Getty Images
Relógio e sexo não combinam - o importante é todos estarem satisfeitos Imagem: Getty Images

Colaboração com Universa

04/08/2023 04h00

Em 2018, uma pesquisa internacional realizada pelo site de relacionamentos Saucy Dates revelou que homens e mulheres esperam que o sexo dure, em média, 25 minutos — período de tempo correspondente apenas à penetração. Comparadas aos fatos reais, as respostas das 3.836 pessoas de idades variadas ouvidas pelo estudo são pura frustração.

Porém, esse sentimento não deveria ser validado. Por duas razões: a primeira é que a investigação levou em conta as expectativas dos entrevistados. E, como sabemos, expectativas carregam muita idealização. O segundo motivo é que existem vários fatores que interferem na duração de uma transa, começando pelo fato de poucas vezes se levar em conta as preliminares — e a gente sabe que sim: preliminar é sexo.

De acordo com cientistas, o tempo médio para uma mulher alcançar o clímax é em torno de oito minutos, porém, dependendo das circunstâncias, esse intervalo pode levar até 20 minutos. Já os homens podem obter o êxtase em apenas dois minutos. Vale lembrar que existe muita confusão entre ejaculação e sentir o orgasmo.

Há algum tempo, a novela global "A Dona do Pedaço" polemizou com a cena da transa vapt-vupt entre Agno (Malvino Salvador) e Lyris (Deborah Evelyn). O sexo — ou melhor, a penetração — durou 18 segundos e o sujeito ainda dormiu logo em seguida, para frustração da mulher. A rapidez, no caso, serviu para mascarar a falta de desejo de Agno, que na verdade é gay, pela esposa.

O que afeta esse tempo?

Idade, forma física, tempo de relacionamento, horário e alterações hormonais são algumas das condições que interferem na duração da transa. Mas não existe um tempo ideal para um sexo satisfatório.

Os envolvidos precisam estar motivados para que ele aconteça e proporcione prazer aos dois. Uma rapidinha, dependendo das circunstâncias, pode ser mais gostosa do que algo que foi planejado para uma noite toda. Assim, o correto é tentar se adaptar ao seu corpo e aos seus desejos.

Comece a observar em qual período do dia sente mais disposição. Não adianta querer transar num determinado horário se está totalmente refém da exaustão. Além disso, o cansaço é um dos grandes inimigos. Se não buscar alternativas para eliminá-lo, o seu tempo em relação a ele tende a diminuir cada vez mais.

Mas e o tempo, de fato?

Para fazer esse tipo de cronometragem, costuma-se subestimar a importância das preliminares. É preciso considerar que a troca de carícias pode e deve ser duradoura, pois são esses carinhos que preparam o corpo e a mente — principalmente na mulher — para o "grand finale".

Períodos inferiores a 10 minutos, no total, costumam revelar um sexo muito voltado para a penetração

A penetração, enquanto algo mecânico, pode durar muito pouco. Quando se tem um autocontrole de si e do outro, as possibilidades de duração são bem maiores, pois se desenvolve não só a penetração em si, mas a estimulação e a condução de muitos prazeres.

Cada casal tem uma dinâmica própria e, mesmo assim, dificilmente uma transa é igual à outra. Esse é um dos motivos pelos quais os especialistas relutam em afirmar que uma duração específica é péssima ou ideal.

A conclusão é que não há regra. Até uma transa de cinco minutos pode ser o melhor sexo da sua vida se os dois estiverem excitados, no clima. O tempo ruim para o sexo só acontece quando só uma das partes sai satisfeita e a outra, frustrada.

E mais: a conta costuma ser da penetração, mas a gente sabe que há muito mais para se fazer para além disso - e por muito tempo. Então, esqueçam o relógio e, como se diz, "relaxa e goza"...

Fontes: psicólogo Breno Rosostolato, educador sexual e cofundador do projeto de imersão para casais LovePlan; sexólogo Ricardo Desidério da Silva, docente do Mestrado em Educação Sexual da Unesp/Araraquara; Arlete Girello Gavranic, terapeuta sexual e coordenadora do curso de pós-graduação em Educação e Terapia Sexual do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática.