Mulher detalha como foi estuprada pelo pai e por um amigo dele aos 10 anos
Uma mulher demorou 30 anos para, finalmente, conseguir denunciar os homens que a estupraram por anos durante a infância. Tracy Dables, de 51 anos, nasceu na Inglaterra e tinha apenas 10 anos quando o pai e um amigo dele começaram a violentá-la sexualmente.
As primeiras violências aconteceram durante viagens. Depois de uma tentativa de suicídio, a vítima denunciou seus estupradores, que ficaram presos por 10 anos. O pai de Tracy também foi acusado de estupro por outra mulher e pegou mais seis anos de cadeia.
Em entrevista ao portal de notícias britânico DailyMail, Tracy conta que, quando pequena, tinha uma boa relação com o pai. No entanto, tudo mudou quando ela completou 10 anos. "Especialmente quando ele começou a me levar para viajar com o tio Dennis".
"Na primeira viagem, fiquei superanimada. Mas, durante o percurso, meu pai parou em uma casa grande que eu não conhecia. Fiquei confusa até reconhecer o homem parado na porta, sorrindo e acenando para nós. O tio Dennis era um amigo próximo da família que frequentemente vinha para o jantar", conta. Dennis era colega de trabalho do pai de Tracy.
Quando ambos entraram na casa, Tracy foi levada pelo corredor até uma sala de estar, onde havia um enorme projetor contra a parede. "Papai se sentou no sofá de frente para a tela e deu um tapinha no espaço ao lado dele", explicou ela. "Ele pediu que eu me sentasse. Sentei ao seu lado enquanto Dennis brincava com o projetor, antes de se juntar a nós no sofá".
Quando um filme preto e branco dos comediantes Laurel e Hardy começou a passar na tela, Tracy ficou encantada. "Eu ri muito, até que a mão do meu pai na minha perna fez com que o riso ficasse engasgado na minha garganta. Fiquei em estado de choque quando ele subiu meu vestido e colocou a mão na minha calcinha. Eu mantive os olhos fixos na tela, não querendo acreditar no que estava acontecendo. Depois de um tempo, ele tirou a mão".
"Quando achei que tinha acabado, o tio Dennis começou a fazer o mesmo enquanto meu pai olhava. Depois, papai me enfiou no carro, conversando normalmente, como se nada tivesse acontecido", disse ela. 'Eu não sabia o que pensar. Eu tinha apenas 10 anos, mas sabia que meu pai me amava, então confiei nele e fiquei quieta sobre o que aconteceu".
Depois daquele dia, Tracy e seu pai começaram a visitar seu "tio Dennis" duas vezes por semana. "Meu estômago revirava toda vez que papai me dizia para entrar no carro, e me sentia enjoada de pavor durante toda a viagem", explica.
Tracy não achava que as coisas poderiam ficar piores, mas um dia, as mãos do pai de repente pararam quando chegaram à sua calcinha. "Meu estômago revirou quando papai subiu em cima de mim e me estuprou pela primeira vez", disse ela. "Eu pisquei para conter as lágrimas quando ele se forçou em cima de mim, rezando pelo fim. Quando ele terminou, se levantou, olhou para o tio Dennis e disse: "sua vez", com um brilho doentio nos olhos.
"Eu estava deitada no sofá, a dor me rasgando. O tio Dennis me estuprava enquanto papai observava, com um enorme sorriso estampado no rosto."
Quando Tracy e o pai voltaram para casa mais tarde naquele dia, ele agiu como se nada tivesse acontecido. "Eu estava tão magoada e confusa. Certamente o que o pai estava fazendo era errado, mas ele nunca ofereceu uma explicação, e eu não entendia o que estava acontecendo. Parecia muito errado, mas eu confiava no papai e não queria acreditar que ele faria algo para me machucar."
Então, depois de dois anos de constantes abusos, as visitas semanais de repente pararam e Tracy e seu pai nunca mais foram à casa de Dennis.
Tracy saiu de casa aos 18 anos e teve cinco filhos. Fugindo das lembranças, ela não se permitiu pensar sobre o horrível abuso infantil nas mãos do pai e de seu amigo. "Eu pensei que tinha enterrado o abuso doentio lá no fundo, mas vivi um relacionamento abusivo aos 39 anos e tudo veio à tona", conta. "Eu percebi que tinha sido vítima do pior abuso imaginável pelo homem que eu mais amava e confiava quando criança: meu pai."
Quando todas as lembranças vieram à tona, Tracy ingeriu um frasco de remédios. No entanto, a tentativa de suicídio falhou. "Um sentimento de medo tomou conta de mim quando os pensamentos de papai e tio Dennis voltaram", disse Tracy. "Eu soluçava incontrolavelmente na cama do hospital, meu peito arfando de tristeza. Acordei com uma enfermeira no pé da cama e contei tudo para ela.
"Ela me disse para ir à polícia. Eu estava apavorada, mas sabia que ela estava certa. Dizer à polícia o que aconteceu foi a coisa mais difícil que eu já tive que fazer, mas depois de 29 longos anos, eu sabia que era a hora", disse ela. "Papai foi preso e eu me senti aliviada quando os policiais me disseram que ele havia se declarado culpado assim que a polícia o recebeu. Fiquei grata por ele não me causar mais dor", continua.
No entanto, o tal tio Dennis fez diferente. Fez com que Tracy tivesse de passar por um longo julgamento ao alegar que mal a conhecia. "Fiquei arrasada. Só que, por sorte, ele cometeu um ato falho durante o julgamento. Me chamou por um apelido de infância que só minha família conhecia". Em junho de 2006, Dennis White foi considerado culpado de quatro acusações de estupro.
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