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Em carta, modelos pedem que Victoria's Secret proteja angels contra abusos

Kendall Jenner, Gigi Hadid e outras angels da Victoria"s Secret durante o Fashion Show de 2018 - Getty Images
Kendall Jenner, Gigi Hadid e outras angels da Victoria's Secret durante o Fashion Show de 2018 Imagem: Getty Images

Da Universa

07/08/2019 10h37

Depois de enfrentar críticas sobre representatividade e ver seu diretor criativo deixar o cargo, a gigante de lingeries Victoria's Secret continua no centro das atenções.

Na terça-feira (7), o movimento Time's Up e mais de 100 modelos internacionais assinaram uma carta aberta ao CEO John Mehas pedindo à marca que proteja suas modelos, conhecidas como angels, de episódios de "assédio, estupro e tráfico sexual".

A organização Model Alliance, que advoga pelos direitos das profissionais do ramo, publicou a carta na íntegra em suas redes sociais:

"Estamos escrevendo hoje para expressar nossa preocupação com a segurança e o bem-estar dos modelos e jovens mulheres que aspiram a modelos para a Victoria's Secret", começa o texto. "Embora essas alegações possam não ter sido direcionadas diretamente à Victoria's Secret, é evidente que a sua empresa tem um papel crucial na solução da situação".

A carta cita denúncias recentes contra fotógrafos, empresários e produtores que trabalham para a grife e que teriam abusado sexualmente de modelos, contratadas pela empresa ou não.

"É profundamente perturbador que esses homens parecem ter alavancado suas relações de trabalho com a Victoria's Secret para atrair e abusar de garotas vulneráveis", critica o grupo.

Christy Turlington, Doutzen Kroes, Iskra Lawrence e Edie Campbell estão entre as modelos de maior destaque que assinaram a petição. Leia na íntegra.

Outro lado

Em entrevista à "Elle" norte-americana, a Victoria's Secret disse que está "sempre preocupados com o bem-estar de nossos modelos" e que pretende "continuar a dialogar com a Model Alliance para alcançar um progresso significativo na indústria".

Nas redes sociais, angels saíram em defesa da grife.

A brasileira Lais Ribeiro classificou as acusações como "injustas" e disse que a Victoria's Secret é "a marca mais respeitosa com a qual eu já trabalhei". "Quando contei a eles meu episódio com David [Bellemore, fotógrafo que teria abusado sexualmente de modelos], ele foi demitido no dia seguinte", relatou.

Já a portuguesa Sara Sampaio alertou que os principais crimes sexuais contra aspirantes a modelos acontece bem antes do ensaio fotográfico, ainda nas agências que recrutam meninas.

"Se você realmente quer proteger os modelos contra o assédio sexual, vá atrás dos agentes e agências! Porque eles são a principal razão pela qual os modelos são assediados", escreveu, ao criticar o manifesto da Model Alliance.