Feminicidio em SC: autor leva vítima à PM, tenta suicídio e se entrega
A jovem Patrícia Segobio, de 25 anos, foi vítima de feminicídio na cidade de Itajaí, em Santa Catarina. Ela teria sido assassinada pelo homem com quem se relacionava de forma extraconjugal, dentro do carro dele, com uma facada no pescoço.
O crime aconteceu no sábado (17). Segundo o delegado Adriano Spolaor, responsável pelo caso, Francisco Helder Almeida Barbosa, de 38 anos, levou a vítima ferida até uma base da Polícia Militar, onde se entregou. O corpo de Patrícia foi encontrado seminu, com sinais de esfaqueamento e já sem vida no banco do passageiro do carro de Francisco.
Levado pelos policiais à delegacia, o autor passou mal enquanto prestava depoimento e foi levado ao hospital.
"Ele começou a passar mal quando chegou à delegacia, dizendo que tinha bebido veneno e precisava de um médico. Na hora ele deitou no chão e começou a delirar. Nós chamamos o SAMU e foi constatado que ele havia ingerido veneno como tentativa de suicídio", contou o delegado ao UOL.
Na noite de ontem, ele ainda estava internado na UTI, em estado grave sob custódia de policiais. Quando receber alta, ele deve ser encaminhado ao presídio. Ele deverá ficar preso preventivamente por feminicídio, podendo receber pena de 12 a 30 anos de reclusão.
Em onze anos de profissão, nunca tinha visto um caso semelhante. Feminicídio infelizmente é um crime comum, mas o autor do crime se entregar e levar o corpo da vítima até a polícia realmente eu nunca vi", comentou Adriano Spolaor.
Investigações
Tanto Francisco quanto Patrícia eram casados e o crime teria sido motivado por uma suposta chantagem da jovem. Segundo o delegado, ela estaria ameaçando contar sobre o caso para a esposa do amante.
Antes de passar mal, Francisco teria dito, em depoimento, que o crime foi premeditado.
A faca que teria sido usada para matar Patrícia foi encontrada dentro do carro. Tanto a arma quanto o automóvel devem passar por perícia nos próximos dez dias, prazo para a conclusão do inquérito.
"É difícil dar mais detalhes porque a gente não ainda não conseguiu ouvi-lo direito por conta da saúde", disse o delegado.
Até a tarde de hoje, o Francisco Helder ainda não havia apresentado advogado de defesa.
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