Lésbicas ensinam truques infalíveis para paquerar mulheres: "Olho no olho"
Um post no Facebook dizia: "Me sinto uma batata flertando com mulheres". A dona do post era, também, uma mulher que garantiu que o medo de ser invasiva -- coisa que acontece em 'approaches' de homens heterossexuais -- a travava na hora de paquerar a gata na balada. Perguntamos a um monte delas qual a melhor forma de chegar no chamego e conquistar o tão esperado beijo da crush. As respostas estão nessa reportagem.
Exterminadora de beijos
A gastróloga Daniela Fontes, de 24 anos, conta que gosta de cantadas nerds. A preferida dela é meio difícil de entender: "Você chega na moça e fala: 'Se eu te der um beijo e, de repente, aparecer uma máquina do tempo que te fizer voltar no tempo e me sugerir te dar um beijo, de quem foi a ideia?'. A menina vai responder, talvez rir de nervoso, e o gelo estará quebrado", afirma.
"A melhor forma de chegar é com bom humor porque, quando a pessoa ri, se sente confortável com você".
Implicar para fazer rir
Piadinhas e implicâncias de brincadeira são cases de sucesso no flerte da publicitária Indrya Niara, de 25 anos. Ela conta que as brincadeirinhas mostram intimidade, olho no olho, deixam claro que a intenção do papo é paquera.
"Durante essas brincadeiras, rola, também, o contato. Encosto no braço dela, na perna, mas sem ser invasiva. Ela percebe que você está a fim, é infalível", conta.
"Seu sorriso é o mais lindo dessa festa"
Elogiar, segundo Quezia Barbosa, é uma forma delicada e querida te abordar uma mulher.
"Começa com a troca de olhares. Se eu for correspondida, tomo coragem e vou até ela. Me apresento e faço um elogio sincero sobre algo que gostei nela, por exemplo: 'Estava te olhando durante toda a noite e estou admirada. Fiquei com muita vontade de te conhecer, teu sorriso é o mais lindo desta festa'. Se ela não estiver interessada, não tem problema. Diga que ela realmente é muito bonita e siga seu caminho".
Regra dos três segundos
A professora de Educação Física Rosana Porfírio, de 25 anos, é direta. Ela garante que a regra dos três segundos é infalível. "Você encara a menina por três segundos, olho no olho. Se ela continuar olhando, é passe livre para chegar e bater um papo -- isso se ela não chegar primeiro", diz. Batata!
Quatro perguntas
A estudante Fernanda Rodrigues, de 18, anos, vai direto ao ponto. Ela garante que a cantada correta é simples e envolve, apenas, quatro perguntas. "Posso fazer uma pergunta?", ela começa com a primeira. Se a resposta for positiva, vai para a segunda: "A dois é: 'Está solteira?'. A terceira, 'Beija mulheres?' e, se ela responder 'sim' para as duas, chego com a quarta pergunta: 'Quer me beijar?'. Sucesso".
"Depois da risada, peço um beijo"
Para a estudante de administração Caroline Oliveira, de 24 anos, a melhor cantada é aquela que faz a crush rir. Se der certo, ela não estende o papo. "Faço um milhão de piadas. Se ela rir, peço um beijo. Normalmente dá certo", brinca.
Olhar para a boca
A estudante Luma, de 27 anos, não gosta de cantada. Para ela, a melhor forma de paquerar é chegar junto na balada, dançar, conversar e dar risada. "O lance é perceber a receptividade dela antes de pedir um beijo. Mas é importante pensar como você gostaria que chegassem em você. Eu, por exemplo, não gosto que me toquem logo de cara, então, não vou tocar a moça. Mas, se ela ficar olhando muito para a minha boca, vou ficar com vontade. É muito intuitivo", diz.
Por que é tão difícil?
Segundo o psicoterapeuta, educador sexual e pesquisador de violência de gênero e masculinidade, Breno Rosostolato, a principal questão que trava mulheres na hora do xaveco com outras garotas é o preconceito e a forma como a sociedade reconhece as relações lésbicas.
"A invisibilidade é muito grande ainda. O relacionamento lésbico é menos reconhecido que o namoro entre dois homens, por exemplo. Isso é, de novo, parte de uma estrutura patriarcal que ainda toma conta da sociedade. Além da falta de acolhimento, há, ainda, a fetichização das relações lésbicas. E, mesmo inconscientemente, isso trava as mulheres na hora do flerte", explica.
Breno atribui a insegurança, também, à repressão na educação de meninas na infância. "Existe uma opressão muito maior pelos pais em relação à sexualidade das meninas: desde pequenas, elas precisam ser mocinhas, se comportar, ficar arrumadinhas, e essa educação rígida enrijece a possibilidade de outras relações. A educação opressora diz: 'Os homens tomam iniciativa, eles que são ativos'", explica.
Para enfrentar isso, de acordo com Breno, é preciso tentar agir da maneira mais natural possível. "A mulher pode, sim, ter iniciativa. Pode e deve agir com liberdade, autonomia e independência para poder entender que, muito embora a sociedade imponha barreiras, ela tem todo o direito de romper com essas barreiras. Xavecar, flertar, começar uma conversa, puxar para o canto, dar um beijo, tem que ser encarado de maneira mais natural possível".
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