Anitta critica Bolsonaro por veto a filmes LGBT: "Não merece visibilidade?"
Dias depois que o governo Bolsonaro anunciou a suspensão de um edital que selecionava filmes e séries com temática LGBTQ+ para a TV pública, Anitta resolveu se manifestar sobre o tema, questionando a decisão diretamente ao presidente Jair Bolsonaro, em seu Instagram.
Em um longo texto publicado nos comentários, a cantora que se declara bissexual disse que pesquisou muito sobre o tema e que conversou com eleitores que defendem Bolsonaro, que disseram se tratar de corte de verbas ou de sanção a "conteúdo zero relevante ou de baixo nível".
"Fiquei confusa. Por que o post do senhor se dirige diretamente à comunidade LGBT e não a todo o contexto? Durante sua campanha política o senhor respondeu não ser homofóbico, mas mencionar apenas a comunidade LGBT em seu post [em que fala sobre a suspensão do edital] sem legendas ou explicações não passa aos seus seguidores a ideia de que conteúdo LGBT deve ser banido?", questionou Anitta.
A cantora defende, ainda, que conteúdos considerados familiares podem e devem mencionar questões de gênero e sexualidade de forma educativa e cita como exemplo o filme "Billy Elliot".
"O filme aborda questões de preconceito, cultura, disciplina e várias outras coisas incríveis de maneira sofisticada e simples. Este tipo de conteúdo não merecia um apoio? Não merecia visibilidade?", pergunta a carioca.
Anitta critica ainda o fato da decisão ter sido tomada em meio a discussões sobre a Amazônia — tema sobre o qual também se manifestou nas redes sociais.
Ela concluiu o texto dizendo que está "procurando um lado bom para olhar", mas que "neste caso não está conseguindo".
"Escrevo isso com todo o respeito que se deve tratar um governante. E como uma pessoa que realmente gostaria de entender sem agressividade coisas me me parecem contraditórias", finalizou.
Entenda o caso
O governo de Jair Bolsonaro oficializou na última quarta-feira (21) a suspensão do edital "RDE/FSA PRODAV", que selecionava produções independentes com temática LGBTQ+ para emissoras públicas de televisão.
A decisão foi assinada pelo ministro da Cidadania Osmar Terra e manda suspender por seis meses, período que pode ser prorrogado, para que a pasta possa "recompor os membros do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual - CGFSA".
Após esse prazo, será "determinada a revisão dos critérios e diretrizes para a aplicação dos recursos do Fundo Setorial do Audiovisual" e "avaliados os critérios de apresentação de propostas de projeto".
O edital era realizado pelo BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) desde março de 2018 e, dessa vez, contava com orçamento de R$ 70 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual.
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