Homem suspeito de estuprar e matar vizinha é preso no DF
A polícia do DF prendeu ontem João Marcos Vassalo da Silva Pereira , de 20 anos, suspeito de ter estuprado e matado a assistente social Pedrolina Silva, de 50 anos. A mulher, que era vizinha do suspeito, havia desaparecido no domingo, depois de descer de um ônibus na Asa Sul, no centro de Brasília. O corpo dela foi encontrado dois dias depois com marcas de sangue e um corte no pescoço. João Marcos também é suspeito de tentar estuprar uma mulher no Lago Sul.
Segundo a delegada Bruna Eires, João Marcos confessou o crime. Ele contou que estava no mesmo ônibus em que a vítima e que desceu uma parada depois do local de desembarque de Pedrolina. Então ele correu até o ponto em que a vizinha estava para atacá-la. Imagens de câmeras de segurança de uma faculdade mostram a mulher sendo arrastada por ele. A reportagem de Universa não conseguiu localizar a defesa do suspeito.
Ainda segundo a polícia, João Marcos contou na delegacia que tentou ficar com a vítima por diversas vezes, mas sempre foi recusado e que decidiu seguir Pedrolina com a intenção de ter relações sexuais com ela. A decisão de matar a assistente social foi para encobrir o estupro, segundo ele.
Já na tentativa de estupro no Lago Sul, área nobre do Distrito Federal, o suspeito teria simulado estar armado com uma faca e levou a mulher para o mato. A vítima conseguiu escapar porque encontrou uma tampa de uma caixa térmica e começou a bater nele. Ela conseguiu fugir e pedir ajuda a um motorista que passava pelo local, e dos foram até o posto da PM, que horas depois conseguiu prender o homem.
Emoção no enterro
O corpo de Pedrolina foi enterrado na manhã de hoje no cemitério de Taguatinga. Familiares e amigos estavam muito abalados. O filho único dela não quis falar com a imprensa, e não saía de perto do caixão - que estava fechado. A mãe da assistente social, que é idosa, passou mal e precisou ser amparada.
Amigos também levaram uma faixa até o enterro: "Termina a dor da esperança, e começa a saudade. Parem de nos matar", diz a mensagem. Não houve velório, mas muitas orações foram feitas durante o enterro. A musica preferida dela: Pássaro de Fogo, da cantora Paula Fernandes, foi tocada. Depois que o corpo foi enterrado, balões brancos foram soltos.
Claudemira Lima, de 36 anos, contou a Universa que a vítima estava na melhor fase. Havia conseguido comprar uma casa própria, na região do Paranoá, e se formado no curso de serviço social. Emocionada, também pediu justiça. "A família está destroçada, acabada. A Pedrolina era uma mulher de luz, muito alegre, contagiante e caseira. Só pensava na família, em trabalhar e conquistar os sonhos dela. Quando decidiu sair para se divertir, foi morta. Vai fazer muita falta", disse.
O tema da monografia da vítima, que se formou em 2017, foi exatamente o crime que ela sofreu: Violência contra mulheres negras no Distrito Federal. Ana Paula dos Santos, de 38 anos, foi colega de faculdade da mulher. Pra ela, a ficha ainda não caiu. "Estamos chocadas com tamanha brutalidade. Não dá pra acreditar que uma pessoa tão boa, tão especial se foi de uma forma tão brutal. Ela não merecia morrer dessa forma. Pedrolina, presente", disse a assistente social.
Jaleane Batista de Oliveira, de 27 anos, também se formou com a vítima. Ela contou que Pedrolina tinha um sorriso único, que nunca a viu reclamar de alguma coisa e que sempre estava disposta para ajudar o próximo. "Pedrolina se foi e deixou uma saudade enorme. Agora, fica o medo: como vamos pegar ônibus, estacionar o carro em locais mais afastados? Não temos liberdade de ir e vir. Estamos saindo de casa sem saber se vamos voltar. Está difícil ser mulher", disse a assistente social.
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