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Preta Gil em campanha de lingerie: "Riram muito de mim a vida inteira"

Preta Gil é uma das garotas-propaganda da marca Loungerie - Manuela Scarpa/Brazil News
Preta Gil é uma das garotas-propaganda da marca Loungerie Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Carol Martins

Colaboração para Universa, em São Paulo

06/09/2019 08h19

Constantemente atacada nas redes sociais por exibir o corpo, Preta Gil foi uma das famosas a estrelar uma nova campanha de lingerie.

"É uma conquista você imaginar que anos atrás, se eu falasse para alguém que eu faria uma campanha de lingerie, as pessoas iam rir. Como riram muito a minha vida inteira, desde que me entendo por gente. Isso seria inadmissível. Diriam: 'você em uma campanha de lingerie? Você é gorda!' Hoje é possível", disse ela durante o lançamento da campanha Prazer Loungerie, em São Paulo, na noite de ontem (5).

Clicada com diversas peças íntimas, Preta aparece nas fotos sem Photoshop. "Exigência número um. Já passei por todas as fases. Já fiz campanha em que me retocaram contra a minha vontade ou por ter de se enquadrar em um padrão de publicidade que existia", afirmou.

"Estou representando milhares de mulheres brasileiras, que como eu, têm o corpo real. Têm o peito caído porque deram de mamar para os seus filhos", disse.

"Meu peito é caído sim. Tenho estrias, celulites, linhas de expressão, sou uma avó de 45 anos que está estampada em uma loja. Isso é muito revolucionário. É uma vitória. E não é minha. É de todas as mulheres brasileiras que eu, humildemente, represento", declarou.

Para se sentir sexy, a cantora descarta ainda o uso da peça. "Isso é mais uma daquelas loucuras que a sociedade impõe e a gente acredita. Que para a gente se sentir sexy tem de estar com o corpo, com uma lingerie incrível. Não. Sempre me sinto sexy nos momentos em que estou despretensiosamente desarmada e verdadeira."

Ataques nas redes

Apesar de enfrentar ataques virtuais constantemente, Preta diz estar dando menos corda para isso. "Cada dia respondo menos. Se eu pudesse, eu dava colo para essas pessoas. Muitas delas são raivosas e eu entendo como chegaram a esse ponto. Porque a sociedade e a indústria formaram isso, e eu sei porque não foi fácil para eu me libertar. Tive altos e baixos e sempre me coloco na posição de resignação, de compaixão, de sororidade, de empatia", disse.

"Agora, se alguém passar do limite, do que eu já considero, é difícil responder, eu gosto mesmo é de expor. Dou um print e posto nas redes", afirmou.