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Lavar o cabelo depois do treino é bom ou ruim?

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Imagem: Thinkstock

Patrícia Oyama

Colaboração para Universa

18/09/2019 04h00

Fazer exercícios físicos regularmente, ninguém contesta, é ótimo para a saúde e o corpo agradece. Mas e os cabelos, como ficam nessa história? Seja pelo tipo de fio, por conveniência ou por uma mera questão de tempo, lavar ou não a cabeça depois de um treino é dúvida recorrente em muitos vestiários. A regra? Não há. Mas ter em mente alguns critérios vai ajudar você a fazer a melhor escolha.

De acordo com o tricologista Carlos Henrique Camilo, de São Paulo, tanto o excesso de lavagem quanto a falta dela podem aumentar a oleosidade do couro cabeludo. A oleosidade excessiva, por sua vez, propicia o aparecimento de problemas como fungos e caspa. Uma boa medida, indica o médico, é lavar o cabelo dia sim, dia não.

Se o treino em questão rende apenas uma suadinha básica, a lavagem pode muito bem ser dispensada. Basta secar os cabelos e partir para as atividades do resto do dia -lembre-se de usar o secador na temperatura média e manter uma distância de 15 a 20 cm da cabeça, aconselha Camilo. Se preferir deixar as madeixas secarem naturalmente, tanto melhor. Agora, se a malhação é daquelas em que os fios terminam encharcados, não tem jeito: chuveiro neles.

Esse é o parâmetro adotado pela designer Glauce Nakamura, 45 anos, de Curitiba. Depois da ioga ou dos exercícios na academia, ela costuma apenas pentear os cabelos. Já após as corridas, que pratica três vezes por semana, ou quando pedala, é lavagem na certa. "Suo muito, minha cabeça ferve!", conta a designer.

E se a malhação intensa for diária? A tricologista Denise Braga, de Brasília, autora do livro Terapia Capilar: manual de instruções (Ed. Senac), diz que lavar o cabelo todo dia não é um problema, desde que se use o xampu adequado. Um anticaspa, por exemplo, não é para uso diário, porque resseca o couro cabeludo. Já um produto para cabelos oleosos, se usado com muita frequência, pode ter um "efeito rebote", diz Denise, ou seja, acaba aumentando a oleosidade.

Seja qual for a frequência das lavagens, o ponto crucial é secar bem os fios e o couro cabeludo após o procedimento, avisa a tricologista. O conselho é especialmente importante para quem faz atividades físicas à noite. Denise recomenda um intervalo de três horas, em média, entre lavar a cabeça e ir para a cama -cabelos cacheados ou muito volumosos podem precisar de um período maior. Apelar para secador antes de dormir, avisa a tricologista, não costuma ser muito eficaz. "Você acha que secou completamente, mas não secou", diz ela.

Se o horário da academia é tardio e não há tempo suficiente para eliminar toda a umidade naturalmente, o melhor é secar apenas o suor e deixar a limpeza para a manhã seguinte, recomenda Denise. A tricologista explica que o couro cabeludo tem uma microbiota própria, ou seja, há todo um "ecossistema" sob os fios, com um equilíbrio a preservar. O suor faz parte dessa microbiota, portanto, sua presença não é prejudicial. Já o hábito de lavar o cabelo e ir dormir com ele ainda úmido pode, a longo prazo, desregular esse ambiente e provocar o aparecimento de fungos e outros problemas.

Cuidado com o xampu a seco

Outro fator que desequilibra a microbiota capilar é o uso excessivo dos chamados xampus a seco. Esse produto em spray não limpa os cabelos, apenas absorve a oleosidade, melhorando a aparência dos fios. Para os especialistas, o xampu a seco deve ser reservado para casos de emergência - não é, portanto, uma alternativa a ser adotada como padrão pós-academia. Carlos Henrique Camilo indica o uso, no máximo, duas vezes por semana, e em dias alternados.

A última dica de Camilo é para quem faz atividades na água e não tem o suor como parâmetro: use uma touca que proteja bem os fios e programe-se para lavar o cabelo nos dias de natação. E, se puder optar, prefira piscinas salinizadas ou ionizadas, que não ressecam tanto o cabelo quanto aquelas que utilizam cloro na manutenção.