MP denuncia homem por feminicídio de funcionária do MEC em Brasília
O cozinheiro Marinésio Olinto foi denunciado ontem pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pelo assassinato da advogada Letícia Sousa Curado, 26. A denúncia de feminicídio será oferecida ao Tribunal do Júri de Planaltina.
O corpo da vítima foi encontrado em 26 de agosto, três dias após o desaparecimento dela. Letícia foi morta após aceitar carona do cozinheiro. No caminho, ela teria resistido às investidas sexuais do investigado, que a enforcou até a morte, segundo a investigação. Na companhia da advogada, Marinésio levou os policiais até o local onde enterrou o corpo.
O Ministério Publico do Distrito Federal dará mais detalhes sobre a denúncia em entrevista que será realizada hoje. Se condenado pelo crime de feminicídio, o suspeito pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
De acordo com o MP, Marinésio confessou também ter matado a auxiliar de cozinha Genir Sousa, 47. Ela foi atacada praticamente da mesma forma que Leticia em 2 de junho. A vítima entrou no carro de Marinésio, em uma parada de ônibus e foi encontrada morta, dez dias depois, com sinais de estrangulamento, em uma área de mata entre o Paranoá, onde trabalhava, e Planaltina, onde morava. Marinésio também teria se apresentado como motorista de transporte pirata.
Após a prisão do homem, dezenas de mulheres procuraram as delegacias do Distrito Federal para denunciarem diversos casos de assédio e estupro que Marinésio seria responsável. Inquéritos de ocorrências de mulheres mortas e desaparecidas também começaram a ser reabertos pelos policiais. Pelo menos três ocorrências voltaram a ser investigadas pela Polícia Civil.
O cozinheiro foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de homicídio quintuplamente qualificado, tentativa de estupro, furto e ocultação de cadáver. Como qualificadoras do homicídio, o Ministério Público apontou feminicídio, motivo torpe, meio cruel, dissimulação e crime praticado para assegurar impunidade de outro crime.
O motivo é torpe porque Marinésio matou a vítima quando ela se recusou a manter relações sexuais com ele. O meio cruel utilizado foi a esganadura, que causa sofrimento intenso e desnecessário. A dissimulação ocorreu porque Marinésio fingiu trabalhar com transporte de pessoas e ofereceu carona à vítima. O feminicídio ficou evidenciado pelo profundo desprezo do denunciado pelo gênero feminino: ele atacava mulheres de forma reiterada para obrigá-las à prática de sexo ou de outros atos libidinosos não consentidos. Por fim, a vítima foi morta para assegurar a impunidade da tentativa de estupro.
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