Transgênero é encontrada morta com sinais de violência em Itaquaquecetuba
A transgênero Médely Razard, 15, foi encontrada morta na sexta-feira (20) em Itaquaquecetuba (SP). A Polícia Civil suspeita que o caso tenha relação com transfobia. O corpo da adolescente foi enterrado na tarde de hoje sob intensa comoção.
Na noite de quinta-feira (19), a jovem estava na casa do irmão. Por volta das 21h, a transgênero havia se comunicado com a mãe, Andreia Cristina. Ela informou através de um aplicativo de troca de mensagens que já estava indo para casa.
O apartamento do irmão fica no mesmo bairro, a cerca de cinco minutos da casa de Médely. Segundo Nayara Ribeiro, cunhada da jovem, ela deixou a casa afirmando que iria ver uma amiga e que depois já ia para casa. "Ela disse que a mãe estava preocupada, porque ela tinha aula na sexta", contou a cunhada.
Os pais de Médely foram dormir e só deram conta do sumiço da jovem na manhã de sexta, por volta das 9h, quando a Nayara foi até a casa da família perguntando sobre ela. Pouco depois, chegou a notícia de que o corpo dela havia sido encontrado pela polícia.
O corpo
Pouco depois, a Polícia Militar foi acionada para averiguar uma ocorrência de encontro de cadáver na região. Quem ligou foi o segurança Wagner Santos, que localizou o corpo. "Meu turno é da noite até 6h da manhã, mas não vi nada suspeito, nem ouvi gritos", contou.
No local, a polícia encontrou o corpo de Médely, localizado na Estrada do Pinheirinho, no bairro Estância Guatambu, em Itaquaquecetuba. O celular também estava no local e, através de uma chamada telefônica, que foi atendida pelos policiais, eles acabaram identificando a vítima. "O caminho era completamente diferente do caminho para a casa dela. Acreditamos que ela estivesse com alguém conhecido, mas não dá para saber o que aconteceu depois", informou Elisângela Quintana, tia da jovem morta.
O corpo estava amordaçado e com uma bermuda na cabeça. Em volta do pescoço, a polícia encontrou um cordão, que a polícia acredita que tenha sido o objeto com o qual a jovem foi morta. O corpo tinha ainda dentes quebrados, assim como ferimentos nos braços e pernas, além de outras marcas de agressão. A polícia também suspeita que a jovem tenha sido abusada sexualmente. Nenhum objeto foi levado.
Ameaças
Elisângela relata que a sua filha Polly Razard também costuma receber ameaças por conta de sua identidade de gênero, como ocorria com Médely. "Infelizmente, é uma constante. E meu filho é muito próximo a ela. Eles bem poderiam estar juntos. E talvez ele tivesse sido morto também", disse.
Abalada, a jovem prima da vítima fez questão de declarar que acredita que o crime tenha viés homofóbico. "Ela foi mais uma de nós, foi vítima desse mundo cruel. Até quando vamos ter que andar com medo na rua, com medo de não voltar mais para casa? Eu não queria ter acordado com essa notícia", comentou Polly Razard.
Procurada, a Polícia Civil informou que trabalha com a hipótese de que o crime tenha relação com homofobia, mas disse que outras linhas de investigação também serão adotadas para esclarecer o homicídio.
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