Modelo protesta contra uso ofensivo de camisa de força em desfile da Gucci
Ayesha Tan-Jones protestou contra a Gucci em cima da passarela durante a Semana de Moda de Milão ontem (22). Seu objetivo era denunciar o uso "ofensivo" da camisa de força "aludindo a pacientes mentais" na coleção primavera-verão 2020.
A modelo, de 26 anos, que se reconhece como não-binária, levantou as mãos na passarela para exibir a mensagem escrita em suas palmas: "Saúde mental não é moda".
Em um post no Instagram de domingo, Ayesha escreveu: "Como artista e modelo que experimentou minhas próprias lutas com a saúde mental, bem como membros da família e entes queridos que foram afetados por depressão, ansiedade, bipolar e esquizofrenia, é prejudicial e insensível para uma grande casa de moda como a Gucci usar essas imagens como um conceito para um momento de moda fugaz".
"É de mau gosto para a Gucci usar imagens de jaquetas retas e roupas que aludem a pacientes mentais enquanto são desenroladas em uma esteira rolante como se fosse um pedaço de carne de fábrica", acrescentou.
No Instagram, a Gucci escreveu uma publicação afirmando que as roupas, incluindo camisas de força, tinham a intenção de ser uma "declaração para o desfile de moda" e não seriam comercializadas.
A marca italiana complementou que o designer Alessandro Michele criou as "roupas em branco" para representar "a versão mais extrema de um uniforme ditado pela sociedade e por quem a controla". A coleção de 89 looks também exibiu roupas coloridas que deveriam ser vistas como o "antídoto" da Gucci contra a restrição de identidade e auto expressão da sociedade.
Em entrevista ao jornal The New York Times, Alessandro reafirmou o desejo de retratar "como a sociedade hoje pode ter a capacidade de limitar a individualidade e que a Gucci pode ser o antídoto", apresentando um "show sobre a jornada da conformidade à liberdade e criatividade".
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