Suspeito de matar menina e deixar corpo em mala confessa crime após 11 anos
Resumo da notícia
- Rachel Onofre foi morta em novembro de 2008. Seu corpo foi abandonado em uma mala na Rodoviária de Curitiba (PR)
- Carlos Eduardo dos Santos, 52 anos, confessou o crime em depoimento à polícia hoje (25)
- Santos morou em Curitiba por cerca de um ano, em um local próximo à casa da família de Rachel
- Ele foi indiciado por outros seis estupros de vítimas da mesma faixa etária de Rachel, cometidos no interior de São Paulo
- A policia chegou até ele a partir da comparação do DNA retirado do corpo de Rachel com amostras do Banco Nacional de Perfil Genético
- Santos está preso em Sorocaba desde 2016, condenado a 22 anos de prisão, e já cometeu crimes como estupro, atentado violento ao pudor e roubo
Suspeito de matar a menina Rachel Onofre há 11 anos, Carlos Eduardo dos Santos, 52 anos, confessou o crime em depoimento à polícia hoje (25). Após ser morta, o corpo dela foi abandonado em uma mala na Rodoviária de Curitiba, no Paraná, em 5 de novembro de 2008, dois dias após desaparecer. Os detalhes do depoimento foram repassados pela polícia em coletiva de imprensa na manhã de hoje (25).
Segundo a delegada Camila Cecconello, o homem residia próximo da casa da família de Rachel e, antes de abordá-la, monitorou a rotina dela. No dia do desaparecimento, disse para a menina que trabalhava para um programa infantil famoso e a convenceu a ir até seu escritório para assinar os papéis para poder participar da atração. No depoimento, Santos relatou que a menina ficou desconfiada. "Assim que chegou no local ela estranhou e começou a reagir, a gritar. Nesse momento ele acabou cometendo o ato sexual e matou a vítima. Ele tinha medo que outras testemunhas ouvissem e ele acabou sufocando ela", acrescenta a delegada.
No depoimento, o homem demonstrou frieza ao relatar o crime, mas disse estar arrependido por ter matado Rachel. "Em determinados momentos ele até dizia: 'Eu fui uma pessoa ruim, eu fui um monstro', mas isso em palavras", observa Camila. O homem contou ainda que optou por colocar o corpo em uma mala e abandonar na rodoviária por ser um lugar de bastante movimento e que "poderia transitar com a mala sem ser percebido", complementou a delegada.
Segundo a delegada, Santos foi indiciado por outros seis estupros de vítimas da mesma faixa etária de Rachel, cometidos no interior de São Paulo. Entretanto, ela teria sido a única morta por ele. O homem tinha costume de cometer os crimes e mudar de cidade. Em Curitiba, Santos morou por cerca de um ano. "Ele era preso, saía para o regime semiaberto, daí se mudava para outra cidade. Ele cometeu vários crimes em diversas cidades do Estado de São Paulo.
Ao ser chamado para depor, o homem primeiro disse que só iria falar em juízo, durante o andamento do processo. "Nós explicamos para ele que já tínhamos o DNA, então seria melhor ele dar a versão dele, então ele acabou contando e confessando esse crime", observa a delegada.
A reportagem tenta contato com a defesa dele.
Identificação
A policia chegou até ele a partir da comparação do DNA retirado do corpo de Rachel com amostras do Banco Nacional de Perfil Genético, mantido pelo Ministério da Justiça. A iniciativa reúne, por enquanto, bases de dados de Paraná, São Paulo e do Distrito Federal. O banco de dados é atualizado semanalmente com material colhido de presos que cometeram crimes hediondos. No caso de Rachel, a amostra foi comparada com 116 perfis integrantes do sistema até ser detectada a compatibilidade com Carlos Eduardo, que foi total. Das 23 características analisadas no exame, todas bateram.
Carlos Eduardo está preso em Sorocaba desde 2016, condenado a 22 anos de prisão, e tem histórico criminal extenso, que inclui crimes que vão desde estupro, atentado violento ao pudor e estelionato até roubo e falsificação de documentos. Os crimes teriam sido cometidos em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele já respondeu por quatro acusações de cunho sexual.
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