Investigado por tráfico é preso por matar mulher que afrontou seu poder
Lorrayne Andreatta era uma jovem que gostava de se divertir e tinha começado a frequentar a igreja. Mas, numa noite de maio, essa rotina foi interrompida após o desentendimento com a namorada de um traficante, por ciúmes, em um bar, em Vitória (ES). Lorrayne foi assassinada pelo homem, que se sentiu afrontado. Tinha 23 anos e deixou uma filha de cinco.
Rodrigo Braga de Jesus, conhecido como Jambão, era um dos dez criminosos mais procurados do Espírito Santo e foi preso temporariamente, quase quatro meses depois do crime, no último dia 17. A polícia capixaba deve enviar à Justiça nos próximos dias o inquérito sobre o assassinato à queima-roupa de Lorrayne. Ele deverá responder por homicídio duplamente qualificado, sem chance de defesa para a vítima.
Lorrayne e Rodrigo não tiveram um relacionamento. Teriam saído uma vez apenas, mas o rapaz sempre a procurava, segundo a irmã de Lorrayne, que conversou com a reportagem de Universa.
A vítima voltava de um bar, na madrugada do dia 19 de maio, quando foi abordada pelo suspeito. Imagens de uma câmera de monitoramento mostram Lorrayne levantando os braços, demonstrando estar se rendendo, de acordo com as investigações. Mas o rapaz atirou mesmo assim.
Com um disparo na região do pescoço, Jambão matou a jovem, subiu em uma bicicleta e fugiu.
"Aquilo estaria afrontando o poderio dele"
Na noite do crime, dentro do bar na região conhecida como Grande São Pedro, em Vitória, Lorrayne se desentendeu com a namorada de Jambão.
De acordo com a delegada do caso, Raffaella Almeida, foi uma discussão fútil. A irmã da vítima, Larissa Andreatta, soube por testemunhas detalhes do ocorrido.
Segundo ela, Lorrayne teria dito a conhecidos na mesa do bar que Jambão sempre a procurava. Uma amiga da namorada do traficante teria ouvido e contou para a moça.
"Ela queria saber que história era essa que a Lorrayne estava falando. O Jambão já estava bêbado, foi tirar satisfação com a Lorrayne para se mostrar. Minha irmã não negou e falou que era verdade, que ele estava dando em cima dela", conta Larissa.
Lorrayne decidiu, então, ir embora. Enfurecido, o suspeito foi atrás dela, segundo a polícia. "Jambão não aceitou ela ter discutido, brigado com a namorada dele, porque ele é atuante no tráfico de drogas da região e achou que aquilo estaria afrontando o poderio dele. Então, resolveu matá-la", diz a delegada.
O suspeito não quis se manifestar ao ser preso e preferiu só responder em juízo. Ele é investigado por outros homicídios.
Sobre a namorada do homicida, pivô da briga no bar, a polícia não divulga detalhes para não colocá-la em risco. "Como ele demonstrou ser agressivo, violento e já é investigado por outros crimes de homicídio aqui, então é melhor a gente preservá-la", diz a delegada.
Escondendo o sofrimento
Larissa conta que a irmã "gostava de se divertir, mas também não baixava a cabeça pra ninguém". Lorrayne tinha começado a frequentar a igreja e a sair de casa cada vez menos meses antes do crime. Abalados com a perda, os pais das duas e a filha de Lorrayne foram morar com Larissa.
"A gente mudou o rumo da nossa vida. Minha mãe vendeu a casa onde morava porque minha irmã faleceu naquela rua", diz Larissa. "E a filha dela mudou. Era uma criança alegre e, hoje, tenta esconder o sofrimento."
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