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Namoradas, elas vendem donuts na internet e juntas faturam R$ 500 mil/ano

As namoradas Carolina e Mariana - Arquivo Pessoal
As namoradas Carolina e Mariana Imagem: Arquivo Pessoal

Marcelo Testoni

Colaboração para Universa

30/09/2019 04h00Atualizada em 30/09/2019 14h24

As namoradas Carolina Vascen e Mariana Pavesca tinham a mesma idade, 20 anos, quando em 2016 decidiram fazer de sua fonte de renda os donuts -rosquinhas açucaradas, de massa frita e com cobertura colorida muito populares em países do hemisfério norte, como Estados Unidos e Inglaterra. Foi depois que visitaram o Instagram de uma loja britânica que vendia o doce que as duas tiveram a ideia de apostar na guloseima para abrir um negócio próprio.

"A Carol estava fazendo uma pesquisa quando encontrou um donut diferente, com formato de letra, e me mostrou. Eu mal sabia o que era esse doce, mas topei testar fazê-lo no dia seguinte e deu supercerto. Foi assim que começou a Donuts Damari", explica Mariana. Depois de aperfeiçoar a receita e inventar outras, ela e a namorada decidiram abrir uma "donuteria" online em São Paulo, onde vivem.

Apesar do receio de se lançar no mercado com uma ideia que poderia não conquistar o paladar do consumidor brasileiro, o casal seguiu sua intuição e confiou no próprio talento. Como Mariana gostava de cozinhar e Carol estudava publicidade, lidar com culinária e marketing digital não foi problema. Para elas, o que soava como desafio mesmo era não ter experiência com atendimento nem dinheiro para investir na empresa.

"O jeito foi aceitar trabalhar na cozinha de casa. Nosso investimento acabou sendo o mínimo, menos de R$ 100. Já tinha uma batedeira e ela foi bem útil no começo", diz Mariana, que lembra que para o negócio dar certo foi preciso bastante dedicação e persistência.

As namoradas Carolina Vascen e Mariana Pavesca, que abriram comércio de donuts por rede social - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Para atrair visibilidade para a marca, que surgiu com a proposta de funcionar sem depender de um ponto comercial físico, as empreendedoras precisaram ainda desenvolver estratégias direcionadas aos consumidores digitais. A divulgação do negócio começou no Facebook e migrou para o Instagram, que serve de vitrine e direciona o consumidor para a compra. Somadas, as duas redes sociais da Donuts Damari reúnem hoje perto de 60 mil seguidores.

O diferencial está na variedade

Como os donuts são produzidos artesanalmente, entregues por toda a cidade de São Paulo e perecem mais rápido que as versões industrializadas, Carolina e Mariana preferiram trabalhar sob encomenda para darem conta da demanda e entregarem produtos de boa qualidade.

Quem quiser entrar em contato com elas, precisa fazer pedidos por meio de chat, formulário para cadastro ou e-mail.

"Por mês, atendemos, em média, 500 clientes e preparamos donuts com cores, formatos e tamanhos variados", diz Carolina. O doce favorito de Homer Simpson, personagem que inspirou um dos formatos, leva basicamente farinha, ovos e açúcar na massa, mas pode ser incrementado com coberturas e recheios diversos, como creme de avelã e cacau, maracujá, brigadeiro ou doce de leite.

Ao investir em variedade e adaptar os donuts ao paladar dos brasileiros, a marca conquistou consumidores e conseguiu visibilidade na internet, garantindo espaço no mercado de festas e de eventos corporativos - Mastercard, Adidas e Itaú são alguns dos seus clientes.

Sonho agora é uma cozinha industrial

Os donuts que Carolina e Mariana fazem em casa custam de R$ 4 a R$ 12 e são entregues em caixinhas com, no mínimo, três unidades. Com o ritmo de produção puxado, não demorou para que contratassem colaboradores e montassem uma equipe que atua em várias frentes. "Além de nós duas, temos uma atendente que cuida de redes sociais e pedidos, um motorista que faz entregas por São Paulo e uma entregadora que atua no metrô", diz Mariana.

No primeiro ano, o faturamento da Donuts Damari chegou perto de R$ 500 mil. Elas não informam o valor do faturamento hoje. Para suas idealizadoras, as responsabilidades aumentaram, assim como o serviço, que é muito maior do que na época em que o sonho começou a virar realidade.

Agora, elas querem montar uma cozinha industrial. "Também queremos que nossos clientes possam retirar suas encomendas, sem a necessidade de esperar alguns dias para ter o seu pedido em mãos", diz Carolina.