"Ele tem as senhas do meu celular": sinais que indicam uma relação tóxica
Com quase 1 milhão de inscritos no YouTube e perto de 400 mil seguidores no Instagram, a sexóloga Vanessa de Oliveira está acostumada a receber, pelo menos, 300 perguntas diárias nas mensagens diretas. Muitas são sobre flerte, autoestima e sexo. Entretanto, 3 em cada 10 dúvidas são de mulheres que estão vivendo uma relação tóxica sem perceberem.
A especialista, que foca em temas envolvendo conquista e sedução, explica que boa parte das mulheres pede dicas e técnicas para salvar o casamento. "Acham que é uma responsabilidade delas. A autoestima da maioria está tão destruída que acreditam que ficarão sozinhas, se perderem aquele homem. Elas nem percebem que estão em uma relação que não é saudável", avalia a especialista.
A seguir, listamos algumas das dúvidas frequentes que indicam o cenário tóxico, com dicas da sexóloga para mudar a situação.
"Não sei se sou o suficiente para ele"
Toda mulher precisa se sentir o bastante para si, o que é o ponto de partida para a boa autoestima. "O que mais importa não é a relação com o cara e, sim, a com ela mesmo. O único caminho para se sentir 'o suficiente' em uma relação é reconhecer seu próprio valor, pois só assim é que haverá reconhecimento da outra parte", comenta Vanessa.
"Ele só reclama; nada do que faço agrada. Como agir?"
Uma boa relação precisa de trocas entre as duas partes. "Se a mulher já está fazendo algo para modificar a situação atual e, mesmo assim, continua ouvindo críticas, significa que não há reconhecimento. Isso é um reflexo de que já não existe amor", aponta a sexóloga.
"Devo insistir em um cara que diz que não sou mulher para casar?"
Quando um dos lados deprecia o outro, o melhor mesmo é não alimentar a relação, pois é um recado claro de que não há vontade de estar com a pessoa. "Fomos educadas para agradar e olhar os relacionamentos com um óculos cor-de-rosa e romantismo em excesso. Não se deve encarar uma afirmação dessas como um desafio a ser vencido ou acreditar que o outro não está preparado para a relação. É preciso se valorizar", frisa.
"Me traiu, está com a outra, mas vive me procurando. O que fazer?"
Perguntas sobre traição são bem frequentes, segundo Vanessa. Também são comuns os casos de mulheres que mantêm a relação, mesmo depois de traídas. Mas a real, com poucas exceções, é que o comportamento recorrente mostra que o ciclo não vai mudar, a não ser que a mulher quebre essa sequência. "É importante entenderem que são donas do que acontece na vida delas e precisam determinar o que aceitam", comenta Vanessa.
"Não quer que eu gaste, nem que eu trabalhe"
Fato real: a questão financeira é motivo que prende a maioria das mulheres em relacionamentos, deixando-as receosas de abandonar a vida que levam, sem condições de se sustentarem por conta própria. "Elas precisam buscar a autossuficiência para ter o poder de tomar as decisões. É necessário que foquem em conseguir ter renda para conseguir sair de relações do gênero e, também, dar passos maiores como buscar projetos, sonhos e etc", defende.
"Faz piadas para os amigos sobre mim, o que me deixa envergonhada. Quero mudar isso"
O primeiro passo é uma conversa. Pode ser que o par nem tenha reparado que está fazendo isso, não é mesmo? Mas a partir do alerta, a decisão do rumo do relacionamento é de quem se sente ridicularizada. Deixar claro que não gosta do comportamento é necessário, bem como um acordo para que tais situações não se repitam. Se não cessarem, a melhor decisão é abandonar o barco. Ninguém precisa estar em uma relação em que se sente mal.
"Me diminui e até me humilha em público e é fofo no particular. Qual o problema?"
A estranha alteração de comportamento é um alerta. "Essa mudança de atitude por parte de alguém seguro, em relacionamento tido como saudável, não faz sentido. A mulher não deve se deixar humilhar, mesmo que ele seja fofo depois. Ou ela estabelece um limite ou deve repensar essa relação, antes que não haja mais espaço para o lado fofo", alerta Vanessa.
"Tem a senha das minhas redes, controla tudo o que eu posto e quem eu sigo"
Cada casal tem um acordo sobre privacidade e vivência virtual, mas quando a palavra "controle" entra na conversa, a coisa muda de figura, de acordo com Vanessa. "Vigiar o outro não é saudável para nenhum dos dois. Faz com que um viva em função de não dar motivos ao outro pensar algo errado", avalia a especialista. Para ela, controle não é prova de amor, mas sim de insegurança. Além disso, não ter espaço para privacidade é um caminho abusivo, sem volta.
"Falou que a minha melhor amiga é má companhia porque está solteira. É certo?"
O fato de alguém ser ou não ser boa companhia vai muito além do status de relacionamento. Tal julgamento não faz sentido. "É um alerta de que ele está tentando afastá-la dos amigos, julgando o caráter de alguém por visão antiquada e tentando controlar e mantê-la sob controle", esclarece Vanessa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.