Terapia menstrual ligada à energia ancestral cura doenças e infertilidade
Na esteira da ginecologia natural, movimento que incentiva mulheres a terem mais autonomia sobre o corpo, inclusive para ter cuidados menos medicalizados, surgem terapias e rituais "alternativos". Eles são ligados ao sagrado feminino, para que nós tenhamos ferramentas para lidar com as dificuldades, possíveis traumas e doenças de "ser mulher".
A terapia menstrual, metodologia criada pela argentina Zulma Moreyra, é uma delas. A ideia é que o sangue da menstruação possa ter efeito curativo e que, ao falar de momentos da vida, como a menarca, como lida com a TPM e até de assédios e abusos, a mulher se conecte a si mesma de forma mais profunda.
Dificuldades para engravidar, endometriose, cistos no ovário, mudanças emocionais e físicas em cada fase do ciclo também podem ser objeto de investigação da mulher com as terapeutas menstruais.
"O corpo tenta racionalizar tudo o que vivemos, mas é o ventre que guarda as memórias de tudo que a gente é e de tudo que foram antes de nós", resume a terapeuta menstrual e fundadora da Yoni das Pretas, Caroline Amanda Borges. Analisar a partir do ventre, assim, é uma forma de aproximar a mulher do autoconhecimento e rever medos e tabus construídos acerca da menstruação.
Terapia menstrual: como funciona
Caroline explica que a terapia menstrual não é técnica especulativa ou oracular. É através da observação da própria ciclicidade, e não só do período menstrual, que a mulher consegue entender as alterações em seu corpo, tanto as hormonais quanto psico-emocionais e energéticas.
Depois de preencher uma ficha de atendimento, em que são pedidas informações como "como foi sua primeira menstruação", se teve traumas, nome da mãe, avós e bisavós, a paciente participa de seis encontros mensais com a terapeuta, sempre na pós-menstruação.
Para que a autopercepção seja mais apurada, a mulher é estimulada a fazer um calendário menstrual -- que segue a mesma ideia da mandala lunar -- relatando suas emoções, hábitos de vida e aspectos físicos em cada parte do mês. Caroline explica que a terapia também propõe que a paciente fale sobre sua infância, adolescência, período adulto e velhice.
Não é só conversar. A mulher pode passar por uma dieta orientada pela terapeuta para fazer a limpeza do útero e do corpo. "São indicados 50 dias de dieta e abstinência sexual para limpeza dos sistemas do corpo. Ao final, quando a mulher já está no terceiro ciclo, acreditamos que o sangue já vem desprovido de química, de tensão, de mágoa", diz Caroline.
A terapeuta menstrual Gabriela Rodrigues Bratan, que atende em São Paulo (SP), explica que as únicas contraindicações são para grávidas e pessoas que sofrem com doenças psiquiátricas. "No caso da gravidez, a mulher pode mexer em feridas que não vão fazer bem para o bebê; é um período que ela precisa estar dedicada a nutrir o filho", explica.
Problemas para engravidar, prevenção da menopausa
Quem tem desejo de engravidar, mas tem dificuldade relacionada à fertilidade, por outro lado, pode ser beneficiada pela técnica, segundo as profissionais. A terapia menstrual garante ajudar a passar pela menopausa, chamada de "plenipausa" pelas especialistas.
"Entendemos que na 'plenipausa' a mulher já passou por todas as fases cíclicas e tem capacidade plena de consciência. A menopausa vista como algo de decadência, na verdade, é uma construção, que podemos reverter ou fazer com que a mulher seja consciente antes de chegar nesse período", defende Caroline.
Gabriela explica que as dinâmicas durante a terapia podem ter resultados rápidos, a depender do processo de cada mulher, em relação a situações que as mulheres enfrentam mensalmente, como dores na menstruação e TPM com sintomas fortes. "Propomos que a mulher veja isso com outro olhar e que se cure por dentro".
Cada sessão de terapia menstrual pode custar de R$ 180 a R$ 260 e dura, no mínimo, uma hora e meia.
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