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"Me impor como homem trans ajuda", diz modelo recordista da SPFW

Modelo, Sam Porto é modelo recordista de desfiles da 48ª edição da São Paulo Fashion Week - Divulgação
Modelo, Sam Porto é modelo recordista de desfiles da 48ª edição da São Paulo Fashion Week Imagem: Divulgação

Natália Eiras

De Universa

16/10/2019 13h19Atualizada em 16/10/2019 17h12

O modelo Sam Porto, 25, faz questão de chegar aos lugares se apresentando como um homem transgênero. "Acho que é importante eu me posicionar para mostrar que pessoas como eu estão no mundo da moda e que merecem respeito", diz ele em entrevista para Universa.

O papo acontece dentro de um carro em movimento, na manhã de hoje. Foi o jeito para encontrar uma brecha em uma agenda cheia de provas de roupa, castings e eventos. É que Sam é o modelo recordista de desfiles da 48ª edição da São Paulo Fashion Week, que acontece até sexta-feira (18), no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera.

Ele deve desfilar para nove marcas, incluindo Cavalera, nesta noite, e Ellus, que abriu a semana. "Acho que o fato de eu me impor como um homem transgênero está me ajudando, porque as pessoas me olham de um jeito diferente."

"Nunca tive uma transição de gênero"

Sam conta que nunca teve um momento em que soube que era transgênero. "Sempre fui assim, me vestia com roupas de menino. Meus pais até tentaram que eu usasse roupas femininas, mas à medida que fui crescendo eles começaram a respeitar a forma em que eu me sentia confortável para me vestir", afirma.

Há dois anos, começou a fazer trabalhos como modelo, mas apenas para marcas que ele conhecia pessoalmente. "Não queria entrar em uma agência porque tinha medo de ser confundido com uma pessoa andrógina e ser colocado com o casting de mulheres."

Porém, após começar a tomar hormônios e tirar os seios, há um ano e meio, ele deixou a cidade natal, Brasília, para focar na carreira de modelo. Ao ser convidado para fazer parte da agência Rock MGT, Sam fez uma exigência. "Queria ser apresentado pelo meu booker como homem transgênero. Se não fosse assim, eu não entraria."

Apesar do posicionamento bem resolvido, Sam entende que não é todo mundo que pode se sentir à vontade em carregar a plaquinha de "transgênero" o dia inteiro. "Falo que sou privilegiado porque meus pais me apoiam, tenho uma boa 'passabilidade'. Por isso respeito quem não quer bater no peito em relação a isso."

Como dica, o modelo diz que uma pessoa transgênero precisa colocar a própria saúde mental em primeiro lugar. "A gente tem que se fortalecer para conseguir nos assumir e mudar a cabeça dos outros."

vendo lana vir pro brasil; eu sem 1real // @tinhosousa

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