Pai de santo é preso suspeito de abusar de mulheres que eram suas clientes
Um pai de santo foi preso em Biguaçu, no litoral de Santa Catarina, suspeito de abusar sexualmente de mulheres que o procuravam para tratamento espiritual. A investigação começou há um mês após seis vítimas procurarem a delegacia. Ele nega as acusações e só admite ter tido relações com duas mulheres consensualmente.
"Elas narram que ele falava que iria fazer uma lavagem espiritual, uma limpeza espiritual, mas que ele acabava se aproveitando, passando as mãos nelas e acariciando. Teve um caso inclusive que aconteceu com o marido de uma delas dentro da sala com os olhos fechados", afirma a delegada Marcela Sanae França Goto, responsável pela investigação. O suspeito, que não teve a identidade revelada, negou as acusações.
Segundo o depoimento das vítimas, o homem utilizava uma solução, que aparentemente parecia ser uma mistura de cachaça com ervas para massagear o corpo das vítimas. A justificativa do homem é que, desta forma, conseguiria liberar os pontos de energias das vítimas. Além de acariciá-las, ele roubava beijos e tentava fazer sexo com as mulheres, de acordo com a investigação.
Ainda de acordo com os relatos, o pai de santo também mandava mensagens por rede social para assediar as vítimas. Ele pedia fotos e perguntava sobre as intimidades das mulheres. Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), algumas das vítimas revelaram até que tentaram o suicídio.
Os atendimentos ocorriam nos fundos de sua casa, onde ele acabou preso. Além das seis vítimas iniciais, outras três mulheres procuraram a polícia nesta semana, relatando os abusos. Após colher os depoimentos, a polícia pediu a prisão do pai de santo. O Ministério Público (MP) foi favorável à medida, mas a prisão foi negada pela Justiça em Biguaçu. O MP recorreu e o pedido foi aceito pelo TJ-SC, que decretou a prisão preventiva.
Na análise ao pedido de prisão, a desembargadora Salete Silva Sommariva considerou a "gravidade das condutas praticadas" e o "risco de reiteração delitiva".
"Tendo em vista a manipulação praticada contra diversas vítimas para que elas se submetessem aos abusos sexuais sem resistência, acreditando na sua autoridade como guia espiritual, são aspectos suficientes para que se determine sua prisão como garantia da ordem pública", disse a desembargadora, relatora do processo, em seu voto.
Após a prisão, o homem foi levado para a delegacia onde negou os abusos. Agora, a polícia tem dez dias para concluir a investigação e enviar os autos à Justiça. Segundo a delegada, o crime investigado é o de violação sexual mediante fraude. O nome dele não foi divulgado porque a investigação corre em sigilo.
Outro lado
O advogado do pai de santo, Raul Eduardo Alves de Oliveira Pinto, disse ao UOL que vai ingressar com um pedido de revogação da prisão preventiva. "Meu cliente nega todas as acusações."
Entretanto, a defesa afirma que o pai de santo teve relacionamento com duas dessas mulheres que, segundo Oliveira, teriam se unido para denegrir a imagem do religioso. O advogado observa que, antes de ser preso, seu cliente estava contribuindo com as investigações e entende que a prisão é um equívoco. "Ele estava contribuindo muito mais fora da prisão do que agora preso", disse o advogado.
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