Medieval ou de paçoca: casamento temático para quem quer inovar no "sim"
Quem não sonha com aquele casamento tradicional, cheio de rituais (e algumas firulas), mas não abre mão de celebrar o amor (e de uma boa festa, é claro!), encontra um jeito de inovar. Há quem dê um jeitinho de deixar a festa mais barata, há quem escolha lugares diferentes para comemorar. Outra alternativa é fazer uma cerimônia temática a fim de festejar o momento de um jeito divertido. Foi nisso que apostaram alguns casais, que compartilham as experiências com Universa:
Inspiração medieval? Temos!
Juntos desde 2012 e dividindo a casa desde 2017, um casamento a curto prazo não estava nos planos da consultora de vendas Lívia Ferreira Seyfried, 28 anos, e do funcionário público Lucas Lemos Bonon Filho, 29, de Uberlândia (MG). Bastou um amigo avisar que ficaria algum tempo fora do país, que a ideia saiu do papel. "Ele é parte essencial do nosso relacionamento. Assim, em junho resolvemos casar, mas teria que ser em novembro", conta Lívia. Os noivos começaram a pesquisar valores e lugares para algo mais simples, até se darem conta de que poderiam fazer uma festa diferente. Entre as muitas ideias, surgiu a proposta de uma festa medieval. Buscaram inspirações para os trajes deles, dos padrinhos e pais, que deveriam se vestir a caráter.
Até ferreiro eles localizaram para forjar as armas e coroas usadas na cerimônia. O evento aconteceu ao ar livre, em uma chácara, já que queriam ter o máximo de verde no ambiente. A decoração foi bem rústica: tocos de madeira, plantas, samambaias, tendas de tecido. As músicas de entrada e do ambiente eram medievais ou tocadas neste estilo. Para animar a festa, porém, rolou muito rock, estilo preferido do casal. Não faltou nem um "veneno do rei", cachaça com corante verde, e moedas de chocolate para quem contribuísse com o noivo. "O casamento foi perfeito, como queríamos. Se tivéssemos feito da forma tradicional, não teria sido tão mágico. Parecia que estávamos realmente em um filme", recorda-se a noiva.
O amor em forma de doce
Quando a publicitária Dalila Angélica, 36 anos, e o técnico em gestão de produção industrial, Joel Quirino de Oliveira, 32, marcaram o casamento, não foi difícil eleger o tema que guiaria toda a identidade visual da festa. "Somos apaixonados por doce de amendoim e a paçoca Amor era um mimo adicional nas surpresas que eu montava para ele. Junto com um presente, sempre acrescentava uma paçoca e escrevia um bilhetinho: 'Tão doce quanto o meu amor por você!'. Além disso, amarelo e vermelho são minhas cores preferidas e a paçoca ainda tem um ar vintage/retrô que queríamos para nosso miniwedding", explica a noiva.
As cores da paçoca nortearam a paleta do casamento, realizado em uma manhã de dezembro de 2016, em um espaço de eventos na cidade de Curitiba (PR). O amarelo vivo esteve presente no fusca que levou Dalila até o local, nas roupas das mães, nos móveis do altar, nas gérberas sobre as mesas e até na bebida. Já o vermelho foi visto nas roupas das madrinhas, no bolo, no sapato da noiva, na gravata dos padrinhos e no buquê. Obviamente, havia paçoquinhas disponíveis na mesa de doces do brunch para que todos os convidados pudessem experimentar um pouco de amor em forma de doce.
Casamento reúne diferentes reinos
A estudante Mirella Eldamira Alves de Queiroz Quintino, 21 anos, e o professor de karatê Tarcisio Quintino Ribeiro Neto, 24, de Goiânia, Goiás, disseram "sim" em julho passado, depois de 7 anos entre namoro e noivado. "A princípio, seria só um casamento civil, mas nossas famílias estavam aguardando uma festa para comemorar. E já que decidimos casar, que fosse algo diferente", relembra a noiva. A ideia inicial era seguir uma linha mais geek, incluindo super-heróis, mas foi substituída por uma proposta medieval, com pegada mais celta. "Busquei ver séries e filmes pra basear toda cerimônia", conta o noivo, responsável pelo roteiro do dia.
O casamento (celebrado por um amigo pastor, representando um bispo da época) aconteceu em uma chácara, ao ar livre, em frente a uma grande árvore. A cerimônia teve momentos diferenciados, como a entrada dos padrinhos com as respectivas famílias e piratas (que protegiam o baú com os presentes fictícios que cada padrinho entregava). O noivo também escreveu poemas para todos os grupos de pessoas que fizeram parte da cerimônia. No cardápio, não faltaram carnes assadas, pão e vinho, justamente para replicar o clima das festas antigas. O traje não era obrigatório, mas 95% dos 300 convidados aderiram ao dress code. "Não especificamos qual tipo de roupa deveria ser usada, justamente para dar a ideia de vários reinos diferentes reunidos para comemorar o casamento", finaliza Mirella.
Fantasias, videogame e muita diversão
Um comentário sem muitas pretensões foi o pontapé para o animado casamento da engenheira Luciana Tiemi Caraça, 36 anos, e Anderson Pierre Cardoso, 32, engenheiro de software, quatro anos atrás, em São Caetano, na Grande São Paulo. Em 2014, já noivos há três anos, ele sugeriu que se casassem vestidos com roupas inspiradas em Mario e a princesa Peach, da série de videogames Super Mario Bros. "Fez todo o sentido, pois nos conhecemos em evento de cosplay e, no nosso primeiro beijo, estávamos vestidos de personagens do X-Men", lembra ela.
A ideia foi estendida a todo mundo que participaria da festa, porém, sem obrigatoriedade para seguir o tema. Mas os cerca de 100 convidados aderiram maciçamente à ideia — do sobrinho de 2 anos fantasiado de Chaves à avó de 95, vestida de Rainha Elizabeth. Como os noivos não são religiosos, a cerimônia aconteceu em um buffet e foi comandada pelo melhor amigo do casal, vestido de Elvis Presley. O convite foi em formato de game boy e os vasinhos de plantas das mesas, transformados em cogumelos. No quesito musical, várias trilhas sonoras de filmes, séries, games e desenhos animados. "E em vez de buquê, resolvi jogar a estrela da invencibilidade do Mario para as convidadas", conta Luciana.
Casório caipira, sim, sô!
A princípio, a consultora Marina Aguiar e o analista Bernardo Brito não pretendiam comemorar o casamento, que seria limitado à cerimônia civil. Mas eles não só mudaram de ideia, como aproveitaram a ocasião para uma animada festa julina. O casamento aconteceu em julho de 2016, no quintal da casa dos pais da noiva - aliás, eleger a moradia como palco da festa é dica para quem não quer gastar muito. Tudo foi organizado em um mês, em Belo Horizonte (MG). "Eu não tinha o sonho de um casamento de princesa e de ter tudo perfeito, nem queria um casamento tradicional. Conseguimos fugir do padrão e foi divertido", diz Marina.
Não tem erro, não é? Festa junina/julina tem comida gostosa, todo mundo se diverte com as caracterizações e as brincadeiras tradicionais. Sem contar que o casamento já entra no enredo, tradicionalmente. No caso dos noivos mineiros, eles mesmos organizaram tudo, com apoio de amigos e familiares. Metros de bandeirolas, varal de luzes e lanternas decorativas, velas, flores e a estrutura com bastante vegetação ao ar livre bastaram para decorar o ambiente. A comida foi comandada pela mãe, que é chef de cozinha. "A ideia da festa julina temática no quintal dos meus pais combinou muito com meu objetivo de reunir pessoas queridas, num ambiente mais informal, onde todos ficassem à vontade. E sem gastar muito!", resume a noiva.
"Sim" inspirado em uma galáxia muito distante
Superfãs da saga Star Wars, os publicitários Anne Fonseca e Rodrigo Stucker, 35 e 37 anos, quiseram brincar com o tema no casamento deles, há 9 anos, em São Paulo. O casamento foi simples, na casa da sogra, com os noivos caracterizados — ele de Han Solo e ela, de princesa Leia. A cerimônia foi conduzida pelo pai de Rodrigo, falecido há quatro anos, que na ocasião oficializou a união no papel de guerreiro jedi — não faltaram nem o livro "O caminho jedi" e o sabre de luz para reforçar o clima
"No discurso, meu sogro brincou que estava em batalha contra o Darth Vader e que perdeu a perna nessa batalha — e meu sogro realmente não tinha uma perna. Foi um texto divertido, mas que também lembrava o que nos fazia rebeldes e seguindo a ordem jedi", revela Anne. Ela e Rodrigo também trocaram as tradicionais alianças por colares com um pingente da nave Millennium Falcon. Ah! Os filhos que o casal tem hoje se chamam Leia e Ben.
Se inspirou? Anote as dicas
Casamentos temáticos deixam a festa mais leve e descontraída e, portanto, dispensam alguns protocolos e etiquetas. Mas nem por isso é permitido ignorar certos detalhes. Graziela Gallo Garcia, proprietária da Persona Assessoria em Eventos, e Larissa Santos, cerimonialista da Seraphine Eventos, dão algumas dicas:
- Nunca esqueça de considerar a data e estação do ano antes de definir o tema. Não dá para fazer uma festa estilo luau em pleno inverno do Sudeste, correto?
- A escolha do local é bem importante. Se o lugar contar com alguma ambientação dentro do tema proposto, refletirá em economia na decoração.
- Deixe claro já no convite que o casamento é temático. Um dress code com ilustrações costuma ser menos impositivo que um texto. Detalhes e sugestões podem ser incluídos no site do casamento.
- A decoração é a ponte que fará convidados e noivos se transportarem para a atmosfera proposta. Cenografia pode fazer toda a diferença.
- É bem provável que alguns convidados não sigam o recomendado. Neste caso, na entrada do casamento, deixe adereços que têm relação com o tema à disposição, para quem não estiver vestido a caráter. Assim, eles não ficam totalmente fora do clima. Caso forneça recomendações sobre onde encontrar trajes, acrescente tais detalhes apenas só no site do casamento.
- O cardápio da festa pode e deve seguir a linha do tema proposto, mas deve sempre contar com algumas opções mais tradicionais como "alternativa" para agradar a todo mundo.
- Apesar de interessante, a trilha sonora não precisa seguir à risca o tema proposto na decoração. Como alma da festa, a música deve passear por todos os ritmos, respeitando os momentos e a personalidade dos noivos e dos convidados.
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