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Angélica revela assédio aos 18 anos e reação: "Bati nele e saí do carro"

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

De Universa, em São Paulo

23/10/2019 10h20Atualizada em 26/10/2019 13h50

Angélica falou sobre feminismo, aborto, maternidade, o acidente sofrido pelo filho Benício e revelou ter passado por uma situação de assédio aos 18 anos, em entrevista à revista "Marie Claire". A apresentadora revelou que teve de reagir, batendo no agressor para descer do carro e se safar de algo pior.

"Teve uma história uma vez quando tinha 18 anos. Era Natal, estava em Nova York com meus pais e um conhecido apareceu no hotel com uma cara de louco, dizendo que queria conversar. Neguei. Entrei numa limusine, ele veio atrás. Tentou me agarrar à força", relatou Angélica.

Ela precisou usar a força. "Empurrei, bati nele e saí do carro. Demorei a perceber o que aconteceu. Foi uma situação bem escrota, deu para sentir como deve ser difícil quando você não tem força para reagir", adicionou.

Aborto, feminismo e maconha

Mulher de Luciano Huck, que é cotado para concorrer à presidência da República em 2022, Angélica falou sobre aborto e, na entrevista, chega a dizer que "a mulher tem que ter o direito de escolher", mas não banca uma posição favorável, salvo em caso de estupro.

"É complicado implantar uma lei tão polêmica no Brasil por causa da falta de educação. As pessoas não têm acesso à comida. É difícil exigir que entendam isso porque esbarra em religião e coisas profundas. Não posso dizer que sou a favor porque vou afrontar muita gente", afirmou ela.

"Temos que começar fazendo valer a lei, de que se a mulher foi estuprada, tem direito ao aborto. Mas acho que podia ampliar um pouco, sim. Deveríamos ter políticas de saúde melhores para que isso não precisasse acontecer. Se ela decidiu isso, não foi porque quis engravidar. Religiosamente é muito complicado, do ponto de vista energético está errado. E a mulher tem que ter o direito de escolher", completou.

Angélica disse que o momento é de uma "moda" de se dizer feminista e que é preciso tomar cuidado para que não se torne um tema só ditado pela raiva, mas apoiou o movimento.

"Todas deveríamos ser. Mas tem que botar o sentido correto da palavra. O feminismo que acredito luta pelos direitos iguais, não é contra os homens. A culpa não é só deles. Nós, mulheres, criamos filhos machistas. A reeducação leva tempo. Às vezes tem que ser um pouco radical para que isso aconteça."

Sobre maconha, ela é mais incisiva. Questionada sobre a legalização, afirmou: "Não. Esse é outro tema que precisa de debate. Se tiver um projeto de lei provando que vai melhorar a criminalidade, falarei 'é verdade, pode funcionar'. Em muitos países funciona, inclusive. Mas no Brasil, como está, outras coisas têm que acontecer antes."

Maternidade e acidente com Benício

Angélica diz que há um romantismo em torno da maternidade e que a gravidez não foi uma experiência particularmente encantadora. "Não amo a barriga, e não é porque prefiro gominhos, como dizem. É porque pesa. Gosto de quando nasce. Fico noites acordada, com peito rachado e não tem problema."

E relembrou o acidente de wakeboard de Benício, quando o filho bateu a cabeça e foi internado.

"Ele estava fazendo wakeboard quando bateu a cabeça. Voltou para o barco, e desci para ver o que tinha acontecido. Ele mesmo tinha buscado gelo, superconsciente. Quando passei a mão na cabeça dele, afundou. Não tinha sangue, mas entendi que era grave. Aí, cara, foi um desespero", relatou ela.

"Estávamos no meio do mar, escurecendo, sem sinal de telefone, que funcionou para uma única ligação, a do médico. Voltamos para o Rio. Fui até a entrada do centro cirúrgico com o Benício, sem saber como ele voltaria. Quando fecharam a porta, eu gritava que nem um bicho. Os médicos começaram a falar alto para ele não me escutar. A sensação é de cortar a própria carne. Fiquei de joelhos rezando o tempo todo. Foi um milagre enorme: em dois dias ele saiu do CTI, em quatro estava em casa", completou ela. Benício se recuperou bem, sem sequelas.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informou o quarto parágrafo, a eleição presidencial será em 2022, e não em 2020. A informação foi corrigida.