Menina aproveita visita da PM à escola para entregar carta acusando assédio
Uma menina de 10 anos denunciou à Polícia Militar (PM), por meio de uma carta escrita a mão, ter sofrido assédio sexual de um seguidor no Instagram, na última segunda-feira (21). A criança frequenta a 5ª série de uma escola estadual de Parintins, no interior do Amazonas. Segundo a polícia, a família da menina, que teve sua identidade preservada, não sabia o que havia acontecido.
Durante um projeto social que a PM estava realizando na escola, a aluna colocou a carta dentro de uma caixinha, que estava no pátio para os alunos tirarem suas dúvidas com a polícia e registrar denúncias. O sargento da PM Gildo Assis sorteou essa carta para ler, mas por se tratar de uma denúncia, não leu em voz alta e levou o caso para a corporação.
No texto, a menina começa pedindo ajuda da polícia e, em seguida, descreve o que aconteceu.
"Um garoto que era seguidor meu e eu nem sabia que existia disse que eu era gostosa, que meu corpo era fofo, que eu era sexy, que queria lamber minha vagina, agarrar nos meus peitos", diz um trecho da mensagem.
Assustada, a menina também relata que ficou com medo, por não saber quem é o autor das mensagens. "Chorei muito, não sei que cidade ele mora, não sei nada sobre ele, não sei quantos anos tem, não sei o seu nome". Ela termina a carta pedindo ajuda. "Tenho apenas 10 anos, por favor me ajuda".
De acordo com a PM, as crianças costumam aproveitar a presença da polícia nas escolas para fazer denúncias.
"As crianças denunciam abusos, uso de drogas entre familiares, dentre tantos outros, mas esse caso chamou bastante atenção, e chegando em casa eu fui ver que a situação era um pouco mais complexa. A gente não sabe se era homem, se era mulher, se era da mesma idade ou se não é", afirmou o Sargento Assis.
Ele disse também que não tem conhecimento de outro caso semelhante, mas ressaltou a importância de denunciar.
"Foi a primeira vez que chegou um fato dessa natureza nas nossas mãos. Essa menina teve a iniciativa de procurar ajuda, mas quantas não procuram? Ela relatou exatamente como aconteceu", afirma o Sargento.
Em nota, a Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Parintins disse que, até o momento, não recebeu nenhuma denúncia e aguarda apresentação formal da Polícia Militar ou da família da criança para investigar o caso.
Secretaria de Educação diz saber do caso, mas não se pronuncia
A PM denunciou o crime à coordenação da escola e à Secretaria Estadual de Educação. Segundo o Sargento Assis, a escola fez uma reunião com todos os pais para discutir o assunto.
A Secretaria Estadual de Educação disse que está ciente do caso, mas não se pronunciou a respeito.
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