Tensão: grupos a favor e contra aborto disputam espaço na porta de hospital
Após publicação de reportagem de Universa sobre vigília religiosa contra o aborto que ocupa a frente do hospital Perola Byington, referência em atendimento à mulher vítima de violência, ativistas pró-aborto legal montaram uma tenda na manhã deste sábado (26) na mesma praça em que o grupo está. O protesto iniciou uma disputa por espaço na praça do outro lado da avenida Brigadeiro Luis Antônio, centro de São Paulo.
Munida com cartazes com as frases "Bíblia não é constituição" e "Não é no que você acredita, mas no que a lei dita", a escritora e roteirista Daniela, no Twitter como @_dani_erra, tem usado a rede social para convidar mais pessoas a se unirem a ela em frente ao hospital, para onde vítimas são encaminhadas para fazer aborto seguro de gestações decorrentes de violência sexual. "Precisamos de gente para fazer turnos. É importante que fiquemos aqui até o dia 3", escreveu Daniela.
Segundo publicações de pessoas que estão no local, a vigília religiosa chegou a chamar a Polícia Militar para que os soldados tirassem o grupo pró-aborto legal da praça. Os policiais, no entanto, estão apenas acompanhando o desenrolar da manifestação. O ativistas contra o aborto estariam, ainda, se negando a voltarem para a vigília por estarem com medo e teriam dito que voltariam a montar a tenda acompanhados por seguranças particulares. "Não sei se foram para igreja buscar mais gente ou se estão esperando que a gente desista. Aqui tem água e fruta, estamos de boa", escreveu a roteirista e escritora.
A vigília
A campanha "40 dias pela vida" é uma iniciativa importada dos Estados Unidos para uma quarentena de reza contra o direito à interrupção de gestação. A ideia, dizem, é simular o período de 40 dias de tentação de Jesus no deserto, como narrado pela Bíblia. Criada por católicos conservadores americanos no Texas, já foi reproduzida em países como Canadá e Inglaterra.
O hospital Pérola Byington, palco da disputa de espaço entre os grupos pró e contra a interrupção de gestações, é referência nacional em atendimento à mulher e costuma ser indicado para a prática de abortos seguros e permitidos por lei. Entre 2015 e 2019, cerca de mil procedimentos de abortos legais foram realizados no hospital.
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