Príncipe Andrew anuncia afastamento de funções reais após escândalo sexual
O príncipe Andrew, terceiro filho da rainha Elizabeth, anunciou seu afastamento das funções oficiais da família real após ter seu nome envolvido em denúncias de abuso sexual. O nome do duque de York, de 59 anos, veio à tona após a morte do milionário condenado por uma série de crimes sexuais Jeffrey Epstein.
"Perguntei a Sua Majestade [a rainha] se posso renunciar aos deveres públicos num futuro próximo e ela deu sua permissão", disse o príncipe, em entrevista à BBC. "É claro que estou disposto a ajudar qualquer agência policial apropriada em suas investigações, se necessário."
Ele foi acusado de ter abusado sexualmente de duas adolescentes: Johanna Sjoberg, em 2015, e Virginia Giuffre, em 2001. Os dois casos teriam ocorrido em festas promovidas por Epstein, nos Estados Unidos.
Em anúncio publicado em suas redes sociais, o duque diz que "simpatiza profundamente com as vítimas" e explicou o pedido de afastamento.
"As circunstâncias relacionadas à minha antiga associação com Jeffrey Epstein se tornaram uma grande interrupção no trabalho de minha família e no valioso trabalho das muitas organizações e instituições de caridade que tenho orgulho de apoiar".
À BBC, ele negou as acusações e disse que não se lembra de ter conhecido Giuffre.
O anúncio do duque de York acontece em meio aos preparativos para o casamento de sua filha mais velha, princesa Beatrice, que anunciou o noivado com um magnata italiano há cerca de um mês. A cerimônia ainda não teve data confirmada pela família real, mas é possível que seja adiada devido ao escândalo.
Entenda o caso
O príncipe Andrew e Jeffrey Epstein, milionário condenado por uma série de crimes sexuais, eram amigos pelo menos desde a década de 1990. Os dois já foram vistos juntos em viagens a Saint Tropez e à Tailândia.
Um dia antes que Epstein ser encontrado morto, supostamente por suicídio, em uma cadeia de Nova York, milhares de documentos relacionados a suas denúncias foram abertos — entre eles um processo por difamação movido por Virginia Roberts Giuffre contra o duque de York.
Giuffre alega ter sido "traficada" para Andrew em 2001, quando tinha 17 anos. À "People", ela disse que Epstein a teria forçado a transar com o príncipe, que depois do abuso ainda teria "agradecido" pelos "serviços prestados".
A mulher, hoje com 35 anos, diz que os dois se relacionaram primeiro no banheiro e depois no quarto. "Ele não foi rude nem nada, mas disse obrigado e foi embora. Eu não podia acreditar que a realeza estava envolvida [nas atividades criminosas de Jeffrey Epstein]".
Johanna Sjoberg, que é testemunha de Giuffre na ação, alega que há quatro anos também foi vítima do príncipe, que teria tocado seu seio propositalmente e sem consentimento na hora de tirar uma foto com ela e Virginia, em um sofá, durante uma festa na casa de Jeffrey Epstein.
Questionado pela emissora norte-americana, o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha, negou as acusações. "Qualquer sugestão de impropriedade com menores de idade é categoricamente falsa", escreveu, em nota.
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