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Mulher é torturada e amarrada nua em árvore no interior do Piauí

Mulher foi mantida pelo marido em cárcere privado por oito dias em Teresina - Arquivo pessoal
Mulher foi mantida pelo marido em cárcere privado por oito dias em Teresina Imagem: Arquivo pessoal

Yala Sena

Colaboração para o UOL, em Teresina

20/12/2019 17h56

Uma professora de 38 anos foi mantida em cárcere privado pelo marido por oito dias no município de Altos (PI), cidade localizada a 37 quilômetros de Teresina.

Segundo a Polícia Civil, a mulher relatou ter sido torturada, estuprada e vítima de agressões psicológicas entre os dias 8 e 15 deste mês. Ainda segundo a vítima, o suspeito, também de 38 anos, teria cometido as agressões por não aceitar o fim do casamento de 20 anos.

A polícia apreendeu dois celulares do suspeito e um pedaço de madeira que teria sido usado para agredi-la. Os investigadores tiveram acesso a um vídeo que mostra a vítima de joelhos, nua, amarrada em uma árvore, e o agressor jogando gasolina no corpo dela e ameaçando atear fogo. Na gravação, o suspeito exige que ela peça desculpas por uma suposta traição.

"São cenas de terror. É um animal. A minha irmã não vai conseguir superar essa barbaridade. Ela está em choque, traumatizada", conta Ernandes Sousa Monteiro, irmão da vítima, que acrescentou:

"Ele a deixava presa no quarto e ela só podia sair se fosse com ele. Ele também cortou parte do cabelo dela com uma faca e a ameaçava de morte. Durante esse período, ela foi torturada e agredida. Ele chegou a filmar enquanto ameaçava atear fogo nela", disse o irmão.

Ernandes Monteiro explicou que a família tomou conhecimento do crime quando o pai foi visitá-la. Em um descuido do suspeito, a vítima avisou que estava sendo mantida em cárcere privado.

"Ela disse: 'me tire daqui, me salve, ele disse que vai matar todos nós'."

O pai da vítima procurou a delegacia da cidade e denunciou o suspeito. Ele foi preso em flagrante no último domingo (15), mas foi liberado após audiência de custódia com medida protetiva. Já a vítima prestou depoimento e deixou o estado acompanhada por seu filho, de 20 anos, por temer eventuais represálias do suspeito.

O delegado Tomaz Aquino, que preside o inquérito, disse que solicitou perícia nos dois celulares, nas filmagens e no material apreendido, e explicou que tem 30 dias para concluir o inquérito. O delegado garantiu que o homem não tem passagem pela polícia e ressaltou que a vítima nunca havia feito um boletim de ocorrência contra ele.

"São denúncias graves e já adotamos medidas para manter a integridade física da vítima", disse o delegado.

O UOL tentou falar com o suspeito sobre as denúncias, mas não foi localizado. A reportagem ligou para a empresa que ele presta serviço na cidade de Altos, mas o homem também não foi encontrado.