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PA: motorista de aplicativo é preso suspeito de roubar e estuprar clientes

Colete à prova de balas, celular e um coldre apreendidos com motorista suspeito de roubo e estupro - Divulgação/Polícia Civil do Pará
Colete à prova de balas, celular e um coldre apreendidos com motorista suspeito de roubo e estupro Imagem: Divulgação/Polícia Civil do Pará

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Ponta Grossa (PR)

26/12/2019 21h26

A Polícia Civil do Pará prendeu ontem, em Belém, um motorista de aplicativo de transporte de passageiros por suspeita de roubo, tentativa de estupro e estupro consumado contra clientes mulheres. O homem, identificado como Isaac Medeiros Moreira, 25, é apontado como autor dos crimes por três vítimas. Em depoimento, ele negou a prática dos delitos, informou a polícia.

A investigação começou depois que as mulheres procuraram a Polícia Civil dizendo serem vítimas dos crimes. Os atos teriam ocorrido em 13 e 26 de novembro e em 4 de dezembro. As vítimas têm entre 20 e 25 anos.

Segundo os relatos, os delitos ocorriam quando o motorista desviava a rota indicada pelo GPS no aplicativo. Ele argumentava às passageiras que era para o valor da corrida ser menor. Em determinados pontos sem movimento, as vítimas eram submetidas a ameaças sob uso de arma de fogo.

Duas denúncias apontavam para o crime de roubo e tentativa de estupro e o terceiro para o estupro consumado, além da subtração de pertences pessoais. Segundo a Polícia Civil, uma das vítimas gravou o primeiro nome do motorista e conseguiu levar a identidade dele aos investigadores.

De acordo com o delegado Márcio Cavalcante, após o crime de dezembro, o suspeito se apresentou espontaneamente na delegacia informando sofrer calúnias nas redes sociais de uma das vítimas.

Ao se apresentar, as vítimas foram chamadas e reconheceram o suspeito e o carro dele, porém, a Polícia Civil precisou levantar mais elementos para pedir a prisão preventiva do motorista.

"Foram abertos três inquéritos. Em dois, a apuração é do crime de tentativa de estupro e roubo com uso de arma de fogo. Outro, além do roubo, houve o estupro consumado. As três vítimas reconheceram o mesmo autor", ratificou o delegado.

Com as diligencias, a Polícia Civil conseguiu reunir novas provas além do reconhecimento. Informações do GPS do veículo e os horários e históricos de passageiros correspondiam às informações declaradas em depoimentos pelas vítimas. Os elementos coletados resultaram na expedição no mandado de prisão preventiva.

"A pessoa acionava o aplicativo e no decorrer do trajeto, ele desviava. Uma das vítimas me disse que perguntou a ele o motivo da mudança do percurso e ele alegava que era para dar um valor menor. Em determinado momento, este motorista sacava a arma e colocava a passageira no banco traseiro, subtraía os pertences e tentava abusar das vítimas. Duas delas conseguiram escapar e uma infelizmente não", contou o delegado sobre teor dos depoimentos.

O cumprimento do mandado de prisão se deu na madrugada de ontem na casa do suspeito no distrito de Icoaraci (PA), depois que a polícia colocou investigadores à paisana para vigiá-lo. No imóvel, houve apreensão de uma capa de colete à prova de balas, celular e um coldre, utensílio para carregar armas de fogo.

O motorista é solteiro e não tem filhos. Em depoimento, "se mostrou bastante frio", lembrou o delegado Márcio Cavalcante. A Polícia Civil informou que o motorista constituiu um advogado, mas Universa não conseguiu localizá-lo.

Empresas baniram suspeito

A Universa, a Uber informou "que Isaac Medeiros Moreira está desativado do aplicativo e não realiza viagens pelo mesmo desde novembro" e se coloca "à disposição das autoridades para colaborar com as investigações ou processos judiciais, na forma da lei".

"A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes", completou a empresa, em nota.

A empresa 99 disse que "está apurando esta grave denúncia, e que baniu o motorista imediatamente da plataforma".

"Nos solidarizamos com as vítimas e lamentamos profundamente o caso. Informamos ainda que estamos disponíveis para colaborar com as investigações da polícia. (...) A 99 possui uma equipe que oferece todo o apoio e acolhimento necessários, incluindo a opção de mulheres serem atendidas por profissionais também mulheres", acrescentou em nota.