Contra "masculinidade opressora", Gucci põe homens com vestido na passarela
O desfile da coleção masculina de inverno da Gucci foi realizado nesta terça-feira, durante a Semana de Moda de Milão, apostou em tendências de moda não-binárias. Ou seja: sem essa de roupa de homem e roupa de mulher. Seguindo essa linha, os modelos atravessaram a passarela com vestidos coloridos, curtos e longos, barriga de fora e bolsa de mão.
Pelo Instagram, a marca fez um posicionamento a favor da desconstrução dos estereótipos de gênero, com uma longa explicação do porquê ter incluído peças consideradas femininas à sua coleção.
"É hora de celebrar um homem livre para praticar a autodeterminação, sem restrições sociais, sem sanções autoritárias, sem estereótipos sufocantes", afirmou a marca. "Um homem capaz de se reconectar com sua fragilidade. Um homem cheio de bondade e cuidado." O objetivo da Gucci é questionar o "modelo masculino opressivo e dominante é imposto aos bebês no nascimento".
"Qualquer referência possível à feminilidade é agressivamente banida, e é considerada uma ameaça contra a afirmação masculina que não admite divergências. Por isso, parece necessário sugerir que se abandone os uniformes patriarcais, desconstruindo a ideia de masculinidade estabelecida historicamente", declaram. Por isso, a opção por vestidos e conjuntos bem ao estilo "girly", associados ao universo feminino.
"Não é sobre sugerir um novo modelo normativo, mas de liberar o que estava oprimido. Quebrando uma ordem simbólica, que hoje em dia é inútil. Alimentando um espaço de possibilidade onde o masculino pode se livrar do que é tóxico. E, fazendo isso, voltando no tempo e aprendendo a desaprender."
Esse é o primeiro desfile masculino da Gucci em quatro anos. À frente da coleção está o diretor criativo Alessandro Michele.
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