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Mulheres protagonizam um mundo em evolução


Margot Robbie sobre machismo: "Acham que meus sócios são meus chefes"

Margot Robbie como Arlequina em Aves de Rapina - Divulgação
Margot Robbie como Arlequina em Aves de Rapina Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

15/01/2020 10h51

Resumo da notícia

  • Margot Robbie se abriu sobre machismo enfrentado após se tornar produtora
  • "Mesmo quando sou eu quem tenho a resposta, fazem perguntas para os meus sócios", contou
  • Mary Elizabeth Winstead, colega de elenco de Robbie em Aves de Rapina, também fez relato
  • "Pedi mudança em uma cena e ouvi membro da equipe falando m***a de mim", disse

Margot Robbie falou à Glamour sobre as ocasiões em que se deparou com o machismo na indústria cinematográfica, especialmente quando se tornou produtora, através da fundação da LuckyChap Entertainment.

A estrela de Aves de Rapina, que chega aos cinemas em 6 de fevereiro, citou um exemplo corriqueiro que viveu muitas vezes. "Quando as pessoas vêm até nós [os produtores] com uma dúvida, mesmo que seja eu quem tenha a resposta, elas perguntam aos meus sócios, que são homens", contou.

"Então, às vezes, eles têm que dizer: 'bom, na verdade quem tem essa resposta é Margot, pergunte a ela'. É uma construção social com a qual fomos criados. E eu acho interessante ver como isso está mudando aos poucos, agora que as pessoas estão tentando ser mais conscientes", disse.

"Eu acho que as pessoas querem abraçar a ideia da igualdade. Acho que elas podem ficar meio chocadas ao saber que não fizeram isso antes, ou que cometeram injustiças de maneira inconsciente", completou.

Mary Elizabeth Winstead em cena de Aves de Rapina - Divulgação/IMDb - Divulgação/IMDb
Mary Elizabeth Winstead em cena de Aves de Rapina
Imagem: Divulgação/IMDb

Mary Elizabeth Winstead, colega de elenco de Robbie em Aves de Rapina, também falou à revista sobre suas experiências com o machismo. "Eu gosto de dizer que sou uma pessoa profissional. Não reclamo muito das coisas, só apareço e faço meu trabalho", começou ela.

"No entanto, eu tive uma situação no último filme que rodei que foi desconfortável. Eu não me sentia bem sobre a forma como uma cena estava sendo filmada, então conversei com o diretor e mudamos. Então, ouvi um membro da equipe técnica falando alguma m***a ofensiva sobre mim", contou.

"Então eu pensei: 'Meu Deus, se eu fosse um homem!'. Os caras com que eu trabalho fazem o que eu fiz todos os dias, muitas vezes por dia. Na maior parte das vezes, não é nenhum pedido fora do comum, só um detalhe que eles acertam com o diretor. É totalmente razoável", disse ainda.

Winstead conta que passou por um "despertar feminista" desde a ascensão do movimento #MeToo, que denuncia casos de assédio sexual no mercado de trabalho, incluindo em Hollywood.

"Ninguém me ensinou a usar a minha voz para me defender, falar o que eu estou pensando. Minha educação foi sobre como seguir o status quo, como ser polida e se certificar que todo mundo gosta de você. Foi difícil, já adulta, descobrir como advogar por mim mesma", comentou.